Osvaldo Moniz, mais conhecido pelo seu nome artístico, Prodígio, é um dos rappers angolanos mais influentes da sua geração. Nascido em 1988, em Angola, e integrante do grupo de Hip-Hop Força Suprema, Prodígio começou a trilhar o seu caminho na música aos 12 anos, inspirando-se em nomes como Gabriel o Pensador e Boss AC. Desde então, a sua carreira tem sido marcada por sucessos como a sua primeira mix tape, “O Alquimista”, lançada em 2011, e mais recentemente, os prémios de Melhor Álbum do Ano e Rapper MVP nos Angola Hip-Hop Awards.
Neste sábado, 24 de agosto, o rapper celebra os 5 anos do seu aclamado álbum “Castelos”, com um show muito aguardado no CCB, em Talatona – Luanda. Em entrevista exclusiva à revista Chocolate, Prodígio fala sobre a preparação para este evento e a importância de “Castelos” na sua carreira.
CH: Pode falar-nos sobre o conceito e a inspiração por trás do show?
P: A inspiração para este show vem das pessoas. O álbum “Castelos” fez cinco anos e parece que estamos hoje mais perto dele do que quando foi lançado. Muitas das coisas que disse na altura fazem mais sentido agora.
CH: Quais foram os maiores desafios ao preparar este show comemorativo dos 5 anos do álbum “Castelos”?
P: O maior desafio foi superar as minhas próprias expectativas. Após a última produção no CCB, onde mais de 30 músicos participaram, todas as ideias seguintes pareciam minimalistas demais. Esse foi, sem dúvida, o maior desafio.
CH: Quais são as músicas do álbum que o público pode esperar ouvir durante o show?
P: O show será focado no álbum. Estamos a preparar arranjos para que, pelo menos, 90% do álbum seja tocado, permitindo que o público o aprecie quase na íntegra.
CH: Como tem sido a resposta dos fãs ao longo destes 5 anos desde o lançamento do álbum?
P: Sinto que estamos agora mais próximos do álbum do que quando o escrevi. A nossa sociedade tem passado por situações que fazem com que as pessoas usem as músicas deste álbum como referência. Parece que estava à frente do seu tempo ou estamos a repetir a história.
CH: Pode-nos falar sobre a evolução da sua música e estilo desde “Castelos” até agora?
P: A minha música evolui conforme a minha vida. Desde o lançamento de “Castelos” muita coisa mudou. Perdi o meu pai, o meu filho cresceu e isso influenciou muito a minha música. Embora o “Castelos” seja um álbum maduro, sinto que a minha música amadureceu ainda mais desde então.
CH: Quais são as memórias mais marcantes que tem associadas à produção do álbum?
P: As conversas com o meu filho foram muito marcantes e influenciaram a produção. Lembro-me de querer garantir que fazia o máximo possível pela nossa terra através da minha música.
CH: Que mensagem gostaria de transmitir aos seus fãs através deste show comemorativo?
P: Quando fazemos algo com carinho e sem expectativas de como será recebido, isso tende a durar mais e a resistir ao teste do tempo. É essa a mensagem que gostaria de deixar.
CH: Há planos para lançar novas músicas ou um novo álbum em breve?
P: Estou sempre a criar e a trabalhar em novas músicas, mas ainda não tenho nada marcado. Posso, no entanto, dizer que há coisas muito especiais a serem feitas.
CH: Como vê o impacto de “Castelos” na sua carreira e na música angolana em geral?
P: “Castelos” é a minha janela para Angola. É um álbum que reflete o que sinto sobre a realidade do nosso país. Sinto que este álbum me aproxima mais de Angola e é muito significativo tanto em termos de sentimento quanto de conteúdo.
CH: O que espera alcançar com este show e como gostaria que ele fosse lembrado?
P: O meu objetivo é dar um grande show, elevar a fasquia do Rap e mostrar que este género musical também pode pertencer às grandes salas e palcos. Quero deixar claro que o Rap é uma música poderosa e com um lugar importante no cenário musical.
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