No Sul de Angola há um marco de resistência. Em Ohiole, Cunene, a terra abraça o corpo de um dos mais conhecidos e temíveis pesadelos das forças coloniais europeias. Mandume-ya-Ndemufayo foi o último rei dos Kwanhamas e um dos símbolos máximos da luta angolana contra a invasão estrangeira.
Inaugurado a 6 de Fevereiro de 2002, o Complexo Turístico de Oihole, espaço que conserva o túmulo do Rei Mandume ya Ndemofayo, situa-se a 45 quilómetros da cidade de Ondjiva, (capital da província) e foi erguido no local onde o rei estava antes de ser derrotado pelos portugueses e britânicos em 1917.
O Complexo Turístico do Oihole, além de acolher o túmulo do rei Mandume ya Ndemufayo, tem serviços de hotelaria, recreação e de eventos culturais, mas actualmente quase ninguém visita o local. Os poucos que para lá se deslocam limitam-se a homenagear o soberano, colocando uma folha da árvore omufiati, que simboliza poder, respeito e sorte.
As autoridades locais tiveram necessidade, em 2008, de reabilitar o centro e concluir a segunda fase do projecto, que compreendia arranjos profundos no túmulo do soberano, ampliação da área residencial, construção de um museu, biblioteca
Bibliografia do Rei Mandume
Mandume ya Ndemufayo, filho do rei Ndemufayo e da rainha Ndapona Shikende, nasceu em 1884 nas terras do Reino Kwanhama, um estado nacional dos povos Kwanhamas, do grupo etnolinguístico dos ovambos, do Sul de Angola e Norte da Namíbia.
Rei Mandume foi o 17º e último monarca do Reino Kwanhama ainda independente. Foi também o líder militar e político da Confederação dos Reinos Ovambos durante as batalhas do Sudoeste Africano, na Primeira Guerra Mundial.
Mandume ya Ndemufayo foi escolarizado por missionários protestantes alemães, naquilo que na altura era o Sudoeste Africano Alemão (a Namíbia de hoje), território no qual ficou integrado boa parte do Reino Kwanhama e da sua população. Poliglota, falava alemão, português, inglês e kwanhama.
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