Desde cedo, os estilistas mostraram que não tencionavam apenas mostrar as suas criações: construíram um show, um espectáculo em volta das peças, muito bonito de se ver e um óptimo entretenimento para o público.

Foi a 12ª vez que a agência de moda Hadja Model realizou o evento “Moda Solidária”, que além de promover marcas, criadores angolanos e modelos, serve de igual modo para objectivos filantrópicos em benefício de lares e instituições de caridade.

Os estilistas juntaram-se à causa e fizeram do momento algo memorável. Diferente das edições anteriores, esta mostrou-se muito mais trabalhosa, pelo facto de receber mais estilistas. 15 foram as marcas que participaram do desfile, isto é, o dobro das edições anteriores.

Cada vez mais, mais marcas estão a interessar-se por apresentar as suas criações e grande parte delas superaram as expectativas do público, com desfiles criativos, com qualidade no acabamento, perfecionismo na confecção e até mesmo no sentido criativo dos desfiles na passerelle.

Os criadores angolanos estão atentos às tendências de moda pelo mundo, viu-se de tudo. Por exemplo, a marca Fitafita, de Wilson, chamou a atenção por levar um conceito de estilo elegante e sexy para mulheres que amam sentir-se verdadeiras e emponderadas, mostrando a sua força. Esta colecção, chamada o “outro lado”, significou o outro lado criativo da marca e do seu estilista.

Até termos assistido ao espectáculo e contemplado as criações do jovem criador Nísio, acreditávamos que só é “boss” quem tem dinheiro. Mas a sua marca BSD (Boss Sem Dinheiro) veio provar-nos o contrário, afinal, já há “bosses” a desfilar, a andar pelas ruas da cidade capital – e sem dinheiro. Não nos interprete mal, “todo o angolano é um boss sem dinheiro”, quem o diz é o Nísio. 

O criador Chunuma trouxe a versatilidade da marca Corte CHUSS do Huambo para a passerelle do Moda Solidária no mais alto nível e na mais alta temperatura – e foi recebido de braços abertos pela casa.

Caixão no palco e máscaras nos rostos, placas na passerelle com a inscrição “preto ou branco, devemos ser solidários, porque somos todos mortais”. Era um mistério? Não. O criador Matheus George apresentava a sua colecção, de uma forma digna de grandes momentos de desfiles de moda, passava uma forte mensagem, apelando a mais solidariedade.

O Moda Solidária representa uma plataforma para os criadores mostrarem o seu trabalho, ganharem visibilidade nos media, nos meios de comunicação social, ajudando os criadores e estilistas a poderem desfrutar e poderem comunicarem aquilo que fazem.