Uma mulher capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer, mas que é atravessada pelas surpresas que a maternidade pode apresentar. A partir do dia 12, o público vai acompanhar na Globo, as vilanias e armadilhas criadas por Zoé (Regina Casé). Ela é mãe de Vanessa (Letícia Colin), sua fiel escudeira, com quem traça os mais duvidosos planos para manter a boa condição financeira que conseguiu alcançar. Só que tudo se torna uma preocupação na vida das duas quando Vanessa é diagnosticada com leucemia e precisa de um doador de medula compatível para se salvar. Sem pensar duas vezes, Zoé recorre a um trunfo guardado há mais de 20 anos: Maíra (Sophie Charlotte), a filha que não viu crescer.
“Todas as Flores” chega à Globo no dia 12, e será mais uma oportunidade de o grande público conhecer a Zoé, sua primeira vilã. Como está a sua expectativa?
Eu estou super feliz com esta exibição porque sou uma artista que sempre teve a ambição, a utopia e a vontade de falar com todo mundo. Me surpreendeu o resultado da novela já no streaming. Muito mais gente do que eu imaginava assistiu. Acho que isso serviu como uma grande propaganda e um boca a boca para esta exibição na Globo (risos). Muita gente me diz: “Soube que “Todas as Flores” está indo para Globo; vou assistir de tanto que ouvi falar, todo mundo adorou”. E eu acho que vai ser muito, muito bom mesmo. Também vai ser muito lindo o público que me viu em trabalhos como o “Esquenta”, em “Amor de Mãe”, me ver a fazer uma vilã em “Todas as Flores”.
Que traços ou aspectos da trajectória de Zoé mais te marcaram e você acredita que merecem a atenção de quem vai assistir à novela?
Eu gosto da complexidade dela. A Zoé não é linear. Muita gente, no começo, dizia que não sabia nem apontar se ela era má ou boa, e eu acho isso muito bom. Ela se surpreende com a filha que ela não criou, com quem não conviveu, e isso a humaniza. Em muitas tramas isso acontece no final, há uma humanização ou uma redenção do vilão ou da vilã. No caso da Zoé, como ela encontra com essa filha logo no primeiro capítulo, ela divide o lado da vilania com o lado “mãezona” do início ao fim, é algo que o tempo todo está em conflito com ela, até o último capítulo.
Zoé ocupa o lugar de vilã, mas a relação de maternidade dela com Vanessa e Maíra, em alguns momentos da trama, também revela um lado mais sensível da personagem. Enquanto intérprete, quais foram os seus desafios no processo de construção da Zoé?
Foi muito difícil, talvez o trabalho mais difícil que eu já tenha feito. É muito fácil você embarcar naquela vilã com cara de malvada e que tem o tempo todo a mesma conduta. Já eu me surpreendia nas cenas. Foi maravilhoso contracenar com a Letícia Colin e com a Sophie Charlotte, que de alguma maneira viraram minhas filhas mesmo. Eu me emocionava de verdade. Algumas cenas foram muito difíceis. Sem dar muito spoiler, mas entregar o filho da Maíra na instituição [de tráfico humano] foi muito difícil. Eu estava tão apegada ao bebezinho que participava das cenas, era como uma relação de avó com ele… Eu sabia que a personagem tinha que fazer aquilo, mas eu, Regina, sofri muito. Em muitas cenas fiquei dividida de verdade.
Quais foram as contribuições mais importantes deste trabalho na sua carreira?
Antes de mais nada, o convívio com um elenco que parecia um grupo de teatro. Fábio Assunção, Humberto Carrão, Letícia Colin, Sophie Charlotte – esse meu núcleo, com quem eu gravava quase todo dia – e eu desenvolvemos um compromisso com a novela, uma vontade de acertar, um cuidado com assuntos tão importantes. Houve um movimento muito bonito tanto para isso quanto para encontrarmos o equilíbrio e as nuances de cada personagem e a relação entre eles. Nos encontrávamos nas casas uns dos outros, ensaiávamos, chegávamos mais cedo aos Estúdios Globo para estudar. Isso foi muito rico! Isso nem sempre acontece, nem sempre é possível, nem sempre existe esse encontro entre os actores, mas nesse caso houve. E foi muito intenso, muito profundo. Eu sou muito grata a todos esses colegas. Foi um sonho trabalhar com Fábio pela primeira vez, ele me ajudou muito. As meninas também. Com o Humberto eu já tinha trabalhado, tínhamos um vínculo maravilhoso desde “Amor de Mãe”. Da novela, o que eu levo de mais precioso – e a que eu atribuo o sucesso e a surpresa das pessoas – foi esse elenco comprometido, querer muito acertar. Isso aparece no resultado do produto.
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