
A sinistralidade rodoviária continua a ser, nos dias de hoje, a segunda causa de morte em Angola, depois da malária. Segundo dados da Polícia Nacional de Angola, em 2022 registaram-se 2.999 mortes e mais de 15.000 feridos, de um total de 13.000 acidentes de viação no País. Perante estes números, importa reflectir sobre as principais causas dos acidentes rodoviários e o que pode ser feito para alterar este cenário.
Uma boa visão, por exemplo, é um pré-requisito para podermos conduzir em segurança. Este é um dos sentidos que mais activo está na estrada. Durante a condução, os olhos trabalham de forma intensa, alternando o foco constantemente entre a estrada, os espelhos retrovisores, os sinais de trânsito e o GPS.
No momento da condução existem distintos factores que podem dificultar a visão. São eles o mau tempo, a iluminação reduzida, as luzes ofuscantes dos faróis dos outros veículos, o sol mais baixo durante as manhãs e ao anoitecer, entre tantos outros. São muitas as pessoas que se sentem tensas e inseguras durante a condução, sobretudo nestas condições de baixa visibilidade. Uma má visibilidade leva a um maior cansaço e a uma reacção mais lenta em caso de perigo.
Neste contexto, e considerando que uma visão deficitária representa um dos maiores riscos de segurança na estrada, é importante que os condutores realizem exames frequentes aos olhos, preferencialmente a cada ano.
Em caso de necessidade, o optometrista recomendará um par especial de óculos para a condução, que satisfaçam as necessidades visuais extremas provocadas pelas variações de luz e encadeamento. Estes óculos devem ser equipados com uma protecção adequada contra os raios ultravioleta e o encadeamento provocado pelo reflexo das luzes, garantindo um rápido ajuste e uma fácil focagem ao ambiente de condução. As lentes oculares com revestimento anti-reflexo reduzem os reflexos incómodos e proporcionam uma visão transparente e nítida e um menor encadeamento.
No que à armação diz respeito, o ideal são aros pequenos e hastes estreitas, colocadas na base do nariz próximo dos olhos, de modo que o campo de visão do condutor não se encontre reduzido pelos óculos enquanto está a conduzir. Os óculos devem, assim, estar ajustados para que os olhos tenham um campo visual mais alargado, sendo que as armações muito estreitas ou mal ajustadas e hastes largas acabam por limitar este campo visual.
Mas não são apenas os condutores de automóveis ligeiros ou veículos pesados que devem ter em atenção o estado da sua visão. Os motociclistas devem também ter um cuidado especial. Se é bom sentir o sol e o vento no rosto, no caso de não haver um par de óculos de sol adequado, a condução de um motociclo pode trazer riscos acrescidos.
Uma armação ocular perfeitamente equipada com lentes de elevada qualidade é uma necessidade para os motociclistas, que só assim conseguem proteger os seus olhos contra o encadeamento do sol, pequenos insectos e o vento nos olhos. É importante que os óculos sejam adequados (práticos, fáceis de pôr e tirar) ao capacete, devendo corresponder à anatomia da cabeça e assentar com firmeza, sem causar marcas de pressão.
O ideal para todos os motoristas incluindo os motociclistas são as lentes de plástico com um revestimento duro e robusto, mais resistentes à quebra do que as lentes de vidro, sendo que estas últimas podem provocar lesões muito graves em caso de quebra. É ainda importante que as lentes escolhidas tenham o revestimento anti-reflexo.
Já as armações devem ser leves e flexíveis, com hastes planas e elásticas, uma vez que diminuem o risco de lesão em caso de acidentes. As almofadas nasais devem igualmente ser flexíveis para garantir que, nos casos em que os capacetes fiquem justos à cabeça, não deixem marcas de pressão.
José Geraldes
Director Técnico do Centrooptico
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