A chegada de um bebé traz mudanças profundas no corpo, na mente e na vida social da mulher. Entre noites mal dormidas, pausas constantes para amamentação e uma avalanche de novas responsabilidades, é comum que a vida sexual seja colocada em pausa. Não apenas pelo cansaço físico, mas também pelas alterações hormonais e emocionais que acompanham este novo capítulo da vida.
A ginecologista e obstetra Ligia Santos explica que, além das transformações físicas, como o ressecamento vaginal e a diminuição da libido causadas pela prolactina, há um impacto significativo na forma como a mulher se enxerga. “Algumas mulheres começam a ver-se de outra forma, assumindo um novo papel como mãe, o que pode gerar um sentimento de culpa por não vivenciarem a sexualidade como antes”, observa.
Outro fator importante é a recuperação física, especialmente após o parto normal, quando o canal vaginal pode parecer mais elástico e fraco, mas, segundo a especialista, estas alterações são temporárias. “Tudo isso tende a durar em torno de seis meses, o período mais intenso da amamentação”, afirma Ligia.
A sensibilidade nas mamas, particularmente nos primeiros dois meses, também pode interferir no desejo sexual. Porém, com o passar do tempo e a adaptação ao novo corpo, muitas mulheres voltam a sentir-se confortáveis e retomam a sua vida sexual com naturalidade.
Compreender estas mudanças e dar tempo ao corpo e à mente para se ajustarem é fundamental para redescobrir a intimidade e a conexão com o parceiro neste novo contexto da maternidade.
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