Chamava-se Edson da Luz, de nome artístico Azagaia, a voz que se calou para sempre nesta Quinta-feira, 9 de Março, aos 38 anos.
Nasceu aos 6 de Maio de 1984, filho de pai cabo-verdiano e mãe moçambicana. O “rapper do povo” viveu em Namaacha, província de Maputo (sua terra natal) até aos 10 anos.
O “Mano Azagaia”, como era chamado popularmente, ficou conhecido pela crítica aberta à governação do país, de tal forma que em 2008 chegou a ser questionado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
É autor de várias letras de intervenção social, que lhe levaram até ao título de “rapper do povo”.
O “rapper do povo” era um artista de intervenção social que apresentava as suas ideias para se solucionarem alguns problemas de Moçambique.
O artista lançou o tema “O povo no poder” três dias após violentas manifestações que paralisaram a capital, Maputo, em função do aumento de preços.
Com o seu modo peculiar, activista e irreverente, Edson da Luz em 2014 apareceu num programa de televisão a enrolar um cigarro com cannabis, justificando-o como sendo fins terapêuticos.
Poucos meses depois da polémica na TV, Azagaia decidiu por fim à carreira, anunciando que já estava tudo nos dois álbuns “Babalaze” e “Cubaliwa”.
Em 2014, o rapper anunciou que tinha um tumor cerebral e foi criada uma campanha de angariação de fundos que juntou 20.300 euros para lhe custear uma cirurgia na Índia.
O autor de “Mentiras e verdades” fez parte do Movimento Humanista e frequentou o curso de geologia na Universidade Eduardo Mondlane.
Edson da Luz era casado e pai, um dos rappers mais respeitados em Moçambique e internacionalmente, por pessoas de todas as idades, mas também um dos artistas mais censurados. Tem dois álbuns a solo e um colectivo: Babalaze (2007) e Cubaliwa – que significa “renascimento” em Sena – (2013); e “Siavuma” (2005), do grupo Dinastia Bantu.
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