A degradação ambiental e o desmatamento (provocado pelas ações humanas), causaram mudanças climáticas que levaram a Amazónia a um aquecimento médio nos últimos anos. O que fez com que a floresta, considerada como o pulmão do mundo, perdesse até metade da capacidade de reciclar água.
Esse é apenas um dos problemas e preocupações dos cientistas, apontados no relatório “Mudanças Climáticas: Impactos e Cenários para a Amazônia”, produzido pelos órgãos de pesquisa com base em dados do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), vinculado à ONU (Organização das Nações Unidas).
De acordo com o estudo, a influência humana é mais decisiva do que as causas naturais nas mudanças que se registam na Amazônia. “Em função ao desmatamento actual, que já cobre quase 20% da Amazónia brasileira, e a degradação florestal que pode afectar uma área muito maior, a Amazônia já perdeu de 40% a 50% da sua capacidade de bombear e reciclar a água”, afirma o estudo.
O trabalho conduzido e assinado pelos pesquisadores José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), e Carlos Souza Júnior, do Imazon. “É como se o coração de uma pessoa tivesse a metade de suas células mortas ou doentes e, portanto, não conseguisse mais impulsar o sangue pelo corpo todo. As partes do corpo que não recebem sangue ou que recebem menos ou mais lentamente morrem”, completa