Lidalva Matos, angolana de 37 anos e fundadora do Lidalva Matos Estúdio, é uma mulher de fé que sofre de alopecia androgenética, uma condição que marcou profundamente a sua vida. Natural do Uíge, Lidalva lidera estúdios em Portugal e Angola, sendo uma voz ativa na sensibilização sobre o tema.
A alopécia é uma condição que se caracteriza pela perda de cabelo, que pode ocorrer em diferentes áreas do corpo, mas é mais comum e associada ao couro cabeludo.
As causas da alopécia podem variar, incluindo fatores genéticos, estresse, doenças autoimunes, entre outros. O tratamento depende do tipo e da causa da condição, e pode incluir medicamentos, terapias ou transplante de cabelo.
O primeiro contacto com a alopecia ocorreu em 2009, quando descobriu uma pequena falha no couro cabeludo. Após um diagnóstico inicial incorreto, que incluiu a sugestão de HIV por um médico, encontrou respostas claras ao buscar especialistas no exterior. A partir de então, começou a enfrentar os desafios emocionais e físicos associados à condição.
A empresária foi diagnosticada com Alopecia androgenética de origem genética, o tipo mais comum de queda de cabelo. O problema pode ter inicio na adolescência, os cabelos ficam ralos e, progressivamente, o couro cabeludo mais aberto.
Apesar de tratamentos variados, incluindo injeções de esteroides, minoxidill e até a tentativa de implante capilar, Lidalva percebeu em 2018 que o cabelo não voltaria a crescer. Esse momento de aceitação foi difícil, mas também libertador. Decidiu raspar o cabelo e abraçar a sua nova realidade, enfatizando que o valor de uma pessoa não está no cabelo, mas sim no caráter.
Lidalva destaca que muitas mulheres, especialmente de origem africana, enfrentam alopecia devido à tração excessiva causada por penteados. Para essas mulheres, recomenda que procurem um dermatologista para identificar a causa e o tratamento adequado, quando possível. Além disso, encoraja a liberdade e o uso de perucas ou cuidados visuais, reforçando que a autoestima deve ser construída a partir de dentro.
Com uma abordagem prática e empática, Lidalva utiliza a sua experiência pessoal para apoiar outras mulheres. Retirando a própria peruca durante as conversas, inspira confiança nos clientes, mostrando ser possível sentir-se bem mesmo diante dos desafios. Contudo, alerta que a alopecia pode ter impactos emocionais graves, como ansiedade e depressão, reforçando a necessidade de apoio psicológico e autocompreensão.
A sua mensagem é clara: “O cabelo não define ninguém. Aceite-se como é, porque a verdadeira beleza está no interior.”
Por: Suzana André
Fotos: Paixão Lemba