“A ´Africell Luanda Feira de Arte´, na sua segunda edição, surge como um marco
estratégico e cultural com potencial elevado para colocar Luanda no epicentro do circuito africano de feiras de arte contemporânea. Com a efervescência criativa que caracteriza os artistas angolanos, a feira representa mais do que um evento – ela é uma plataforma de visibilidade, intercâmbio e afirmação.

Ao reunir artistas emergentes e consagrados, curadores, colecionadores e instituições de diversas geografias do continente, de luanda, das provincias, da RDC e de São Tomé & Príncipe, a feira posiciona Luanda como um ponto de convergência da produção artística regional e africana.
Num momento em que feiras como a 1-54 em Marraquexe, FNB Art Fair em Joanesburgo e a Art X em Lagos têm consolidado relevância internacional, Luanda surge com identidade própria: uma cidade onde a memória, a estética urbana, a história pós-colonial e a juventude criativa cruzam-se de forma intensa.
A Africell, ao apostar na cultura como vector de desenvolvimento, contribui diretamente para a profissionalização do setor artístico local. Infraestruturas de exposição, redes de financiamento, formação de públicos e políticas de aquisição de arte tornam-se viáveis quando há um evento âncora com esta dimensão. Além disso, a feira cria pontes entre o mercado de arte lusófono e outros mercados africanos, muitas vezes distantes por barreiras linguísticas ou geopolíticas.
Mais do que mostrar obras, a ´Africell Luanda Feira de Arte´ projecta narrativas. Ao dar protagonismo a artistas, através das suas galerias de arte, que pensam o continente desde dentro – com suas contradições, beleza e força política – Luanda pode afirmar-se como uma capital cultural pan-africana. Uma feira em Angola é também uma forma de contribuir para a declaração: África não é apenas tema, é território activo de criação.
Com continuidade, conversas, curadoria consistente e visão continental, esta feira pode tornar-se um espaço de consagração e descoberta. E Luanda, com sua energia indomável, pode finalmente ocupar o seu lugar no mapa das grandes feiras de arte contemporânea africana”.
Texto: Dominick A Maia Tanner
Produtor I Curador I Galerista I Coordenador do Programa de Residência I Colecionador