Em entrevista exclusiva à Revista Chocolate, a fisioterapeuta Marlene Canhanhga partilhou a sua trajectória, desafios e motivações na profissão que escolheu por amor: a fisioterapia.
“Podemos colaborar com a qualidade de vida, ajudando na recuperação e até na autoestima dos pacientes”, afirma. Para Marlene, cada detalhe importa — o cuidado com o outro, a superação diária de quem está em tratamento e a conexão entre profissional e paciente são o que a fazem se apaixonar cada vez mais pela profissão.

Apesar das recompensas emocionais, Marlene reconhece as dificuldades da área, como a falta de valorização da fisioterapia pela população e por outros profissionais de saúde, além das limitações estruturais em algumas unidades. Ainda assim, ela segue firme, motivada e determinada.
As suas áreas de maior interesse são a Fisioterapia Desportiva e a Fisioterapia Traumato-Ortopédica. O amor pelo desporto vem de longa data, especialmente pelo andebol, e foi reforçado pela experiência de estágio no clube Petro de Luanda, um dos maiores do país. “Foi ali que me apaixonei ainda mais pela fisioterapia desportiva”, conta. Já a Traumato-Ortopédica atrai pela possibilidade real de melhorar a qualidade de vida das pessoas e pela boa inserção no mercado de trabalho.

Sobre os mitos da profissão, Marlene destaca um dos mais comuns: a ideia de que fisioterapia se resume a massagens relaxantes. “Na verdade, usamos diversas técnicas para tratar e prevenir disfunções do movimento, dores musculares, problemas neurológicos e muito mais.”
Ela também ressalta a importância da fisioterapia fora do ambiente hospitalar. “A fisioterapia contribui diretamente para a prevenção de doenças e lesões, recuperação funcional, alívio da dor e bem-estar geral. É uma ferramenta essencial, inclusive para lidar com questões relacionadas ao envelhecimento e ao trabalho.”
Para os jovens que pensam em seguir essa carreira, o conselho é claro: “É preciso amar o que se faz. Fisioterapia é prática, é fundamental participar de todas as aulas, buscar estágios e mergulhar de verdade no universo do cuidado.”
Com sensibilidade, paixão e compromisso, Marlene Canhanhga mostra que a fisioterapia vai muito além da reabilitação: é um elo entre a dor e a superação, entre a limitação e a autonomia.


Texto: Michela Silva