A exposição constante a ruídos elevados, como buzinas, trânsito intenso, obras e sons industriais, pode comprometer significativamente a saúde emocional. A poluição sonora, embora muitas vezes desvalorizada, é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das principais ameaças ambientais à saúde pública.
Estudos revelam que sons acima de 55 decibéis, frequentes em zonas urbanas, estão associados a níveis mais elevados de stress, ansiedade, insônia e até depressão. Em Angola, embora os dados específicos ainda sejam limitados, especialistas alertam para o crescimento urbano desorganizado como um fator agravante.

“Os ruídos constantes geram um estado de alerta permanente no cérebro que, a longo prazo, esgota o sistema nervoso e afeta o equilíbrio emocional”, explica o psicólogo clínico João Paulo Lima, que defende políticas de urbanismo mais conscientes e campanhas de sensibilização sobre o impacto do ruído.
Além do impacto emocional, a poluição sonora está associada a distúrbios do sono, perda auditiva e doenças cardiovasculares. A Direção Nacional do Ambiente de Angola já reconheceu a necessidade de estabelecer normas mais rigorosas para o controle do ruído, sobretudo nas grandes cidades como Luanda.

Cuidar da saúde emocional também passa por criar ambientes mais silenciosos e promover momentos de descanso mental. O silêncio, afinal, também é uma forma de autocuidado
Texto: Suzana Andre