Rosa Maria Martins da Cruz e Silva é uma das figuras mais relevantes na defesa e valorização da cultura angolana. Historiadora de formação e profundamente ligada ao meio académico, a sua acção estende-se por várias frentes da vida cultural e social do país.

Enquanto Ministra da Cultura entre 2008 e 2016, Rosa Cruz e Silva liderou importantes iniciativas para a salvaguarda do património nacional. Entre elas, destaca-se a classificação de monumentos como a estátua do Cristo Rei, a Missão Católica da comuna da Huíla e a antiga Câmara Municipal, símbolos da herança histórica do país. Um dos seus maiores legados foi a participação activa na candidatura de Mbanza Kongo a Património Mundial da UNESCO, reafirmando a relevância histórica da antiga capital do Reino do Congo.
No campo académico, a historiadora contribui com o seu conhecimento na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto, onde leciona História. É também Coordenadora Geral do Projecto para a elaboração da História da Luta de Libertação Nacional dos PALOP, uma iniciativa fundamental para a preservação da memória histórica das ex-colónias portuguesas em África.

Firme defensora da cultura de paz, cidadania e educação de valores, Rosa Cruz e Silva tem alertado para a necessidade de reforçar os princípios éticos entre os jovens. Em palestras e entrevistas, sublinha o papel da cultura como ferramenta de transformação social e de construção de identidade.
O seu percurso revela um compromisso contínuo com a história, a memória e a identidade de Angola, posicionando-a como uma referência de integridade e visão estratégica no desenvolvimento cultural do país.
Texto: Suzana André