A bailarina angolana Géssica Pedro é uma das selecionadas para integrar a residência artística destinada a jovens dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que decorre em Maputo, Moçambique, de 24 de agosto a 14 de setembro. O encontro reúne 16 artistas emergentes de sete países, num espaço de criação e intercâmbio cultural que culminará num espetáculo multidisciplinar no Centro Cultural Moçambique-China.

De acordo com o Jornal de Angola, nascida no Cazenga, em Luanda, Géssica, de 25 anos, afirmou que a sua participação tem como objectivo levar ao mundo os vários estilos de danças angolanas, com destaque para o kuduro, as danças tradicionais, a salsa, o semba e a kizomba. A artista iniciou-se na dança aos 8 anos e tornou-se profissional aos 20, inspirando-se em nomes como Aneth Silva, Félix Álvarez, Euclides Kalala, Miguel Carlos e Cláudia Loreno.
Para Géssica, esta residência é mais do que uma oportunidade de palco. “Além da visibilidade e do intercâmbio cultural, dá-me a oportunidade de aprender com outros artistas, conhecer novas linguagens, trocar experiências, fortalecer a minha criatividade e ampliar horizontes”, declarou.
Associada à Companhia Fusão e colaboradora em projetos de coreógrafos nacionais, a bailarina destacou as dificuldades que muitos jovens enfrentam em Angola, nomeadamente a falta de patrocínios, a escassez de espaços para ensaios e a reduzida valorização do trabalho dos dançarinos. Ainda assim, sublinhou a resiliência dos que persistem: “A dança é, acima de tudo, uma forma de vida e de expressão cultural”.
O espetáculo final da residência, marcado para 12 de setembro, vai cruzar teatro, música, dança e poesia, reunindo mais de 50 intervenientes entre residentes e artistas moçambicanos. O trabalho será registado em vídeo e integrará a plataforma digital CASA, uma biblioteca virtual das artes performativas dos PALOP e Timor-Leste, ampliando o alcance desta experiência artística.