A supermodelo angolana Maria Borges recorreu às redes sociais para manifestar a sua tristeza pelo falecimento do estilista italiano Giorgio Armani, figura incontornável da moda mundial. Numa publicação no Instagram, Borges descreveu Armani como um “verdadeiro visionário” e deixou sentidas condolências à família e a todos os que o amavam.
Mais do que palavras de pesar, a modelo partilhou também memórias marcantes da sua trajetória ao lado da marca. Recordou como, no início da carreira, recebeu avisos de colegas para evitar a Milano Fashion Week, devido ao racismo que persistia no meio. Porém, foi precisamente em Milão que conquistou uma das experiências mais significativas da sua vida profissional.
Segundo contou, após alguns desfiles, foi escolhida pessoalmente por Giorgio Armani para abrir uma das suas coleções, mesmo chegando debilitada após viagens intensas entre Nova Iorque e a capital da moda italiana. “O Sr. Armani disse à sua equipa que, para aquela coleção, eu era a sua visão de modelo para fazer o incrível open”, relembrou.
Maria Borges destacou ainda um episódio em que Armani defendeu a sua presença no desfile, chegando a repreender um assistente que tentava retirá-la da prova de roupa. “Aquele dia foi a verdadeira definição de ser escolhida”, afirmou.
A modelo acredita que esse momento foi determinante não apenas para a sua carreira, mas também para abrir portas a outras modelos negras que, desde então, têm marcado presença com mais confiança nos castings e passarelas internacionais.
Única angolana a ter trabalhado diretamente com a marca, Maria Borges sublinhou a gratidão eterna por ter a oportunidade de ser parte do legado de Giorgio Armani, cuja influência se estende muito além da moda, inspirando gerações a acreditarem na força da diversidade.

