Em entrevista à Revista Chocolate, o rapper e membro activo do Clube Motard, Vespa Club Angola, Yannick Cruz, revela que tem feito da paixão pelas motas uma forma de viver e de se redescobrir.
Natural de uma zona marcada pelo motocross e grandes campeões nacionais como Nelson “Batata” Pinto e Carlos Soweto, Yannick cresceu inspirado pelos ídolos que desfilavam pelas ruas após as competições. Em 2019, ingressou oficialmente no movimento motard angolano, consolidando a sua ligação com as duas rodas.

Entre os maiores desafios da sua trajetória, destaca-se a aventura de 2024, quando, com os colegas “Arrogantes”, percorreu oito países da África Austral — Namíbia, Botswana, Zimbábue, Zâmbia, Malawi, Moçambique, África do Sul e Lesoto. Foram 25 dias intensos, enfrentando frio, fome, barreiras linguísticas, gasolina a preços exorbitantes e o desgaste natural das motas. “Foi a maior experiência que um motard pode vivenciar”, recorda.
Apesar da intensidade das viagens, Yannick nunca sofreu acidentes graves, algo que atribui à protecção divina e à condução responsável. Para ele, estar na mota é um momento de conexão consigo mesmo: “É quando recebo os conselhos da melhor pessoa (eu). Medito bastante e volto sempre com as baterias carregadas”.

Entre os destinos mais marcantes, destaca a Lucira, em Angola, onde presenciou um espetáculo de golfinhos — uma cena inédita em sua vida. O motard afirma já ter rodado quase todo o país e até mesmo feito viagens de Vespa, provando que cilindrada não limita a paixão pela estrada.
Agora, depois de ter cruzado fronteiras e vivido experiências únicas, Yannick projeta novos rumos: “Depois dos 8 países, quero visitar mais uns 6 no próximo ano”.
O seu conselho para quem sonha entrar no mundo motard é simples e directo: responsabilidade. “Aprende, respeita as regras e leva o brasão com amor e cuidado. Aqui cabemos todos, e é uma fase da vida que transforma”.





