Lisboa recebeu, no último sábado, a exposição “Banda Desenhada da Banda”, uma mostra que reúne mais de 70 pranchas criadas pelo talentoso cartoonista angolano Paulo Airosa, em homenagem aos 50 anos da Independência Nacional. A exposição, inaugurada no auditório 11 de novembro, no Lumiar, foi organizada pela Embaixada de Angola em Portugal e pretende levar às novas gerações uma viagem artística pelos marcos mais significativos da história de Angola.
Com especial enfoque na comunidade infanto-juvenil angolana residente em Portugal, a iniciativa tem como missão despertar o interesse pela arte e pela história através da banda desenhada — uma linguagem visual que combina humor, memória e educação. Mais de 200 jovens, líderes comunitários e membros do corpo diplomático estiveram presentes na sessão de abertura, num ambiente que celebrou cultura, identidade e pertença.

A exposição permanecerá patente em Lisboa durante um mês, antes de seguir para o Porto, onde será apresentada à comunidade angolana da região norte. Segundo Paulo Airosa, a mostra poderá ainda viajar para outros países, levando consigo o testemunho artístico do percurso histórico de Angola e o talento dos seus criadores.
“Por ocasião das festividades dos 50 anos de Independência Nacional, tivemos a graciosa oportunidade de contar com a parceria da Embaixada angolana em Portugal, de maneiras que a terra de Camões seja o bastião ou pontapé de partida desta iniciativa que poderá contribuir significativamente na internacionalização da nossa arte angolana”, afirmou o artista.
Natural do Bié, Paulo Airosa cresceu num ambiente onde a criatividade foi refúgio e ferramenta de expressão. Desde criança, o desenho e a pintura faziam parte do seu quotidiano, e aos 15 anos já integrava a União dos Artistas Plásticos de Angola. Aos 19, conquistou o seu primeiro prémio nacional, iniciando um percurso marcado por talento e persistência.
Em 2006, destacou-se ao criar a mascote oficial da Selecção Nacional de Futebol de Angola para o Mundial da Alemanha, consolidando a sua reputação como um dos nomes mais inovadores da arte contemporânea angolana. Entre os seus trabalhos mais conhecidos estão as obras de ficção “Agente 10335”, “Piratas no Território X” e “O Regresso do Jacaré Bangão”, além da exposição digital “A Textura na Arte Lírica de Manguxi”, apresentada no Memorial Dr. António Agostinho Neto.
Com o projecto “Banda Desenhada da Banda”, Paulo Airosa reafirma o seu compromisso em internacionalizar a arte angolana, promovendo o talento nacional e unindo gerações através da ilustração e da narrativa visual. A sua obra é um verdadeiro tributo à identidade e resistência de um povo, provando que a arte continua a ser uma das mais belas formas de contar a história de Angola ao mundo.
