A segurança do paciente continua a ser um dos pilares essenciais da qualidade em saúde, e os números da Organização Mundial da Saúde (OMS) deixam claro o desafio: um em cada 10 doentes hospitalizados sofre um evento adverso evitável, sendo que quase metade destes casos poderia ter sido prevenida. Este cenário reforça uma premissa fundamental nenhum cuidado deve causar dano.
Contudo, alcançar este objetivo exige mais do que protocolos atualizados ou tecnologia sofisticada. O verdadeiro impacto nasce na liderança. São os diretores clínicos, gestores hospitalares e coordenadores de enfermagem que definem o ritmo, a cultura e a prioridade da segurança dentro das instituições. Quando a liderança assume esta responsabilidade como valor estratégico, toda a equipa se mobiliza na mesma direção.

A prática demonstra como a visão estratégica se traduz em resultados concretos:
Uma checklist cirúrgica corretamente aplicada pode evitar erros graves e salvar vidas;
A formação contínua sobre higienizarão das mãos reduz significativamente infeções hospitalares;
Um líder que incentiva a validação rigorosa dos dados clínicos transforma um gesto rotineiro num ato de confiança e prevenção.
Como resume um profissional de saúde, “quando o meu líder valoriza o tempo que levo para confirmar dados de um doente, percebo que não estou a atrasar, estou a garantir segurança”.
Criar uma organização verdadeiramente segura implica envolver equipas e doentes como parceiros ativos, promover comunicação aberta e transformar erros em aprendizagens que fortalecem o sistema. A cultura nasce no detalhe: na forma como se valida, como se questiona, como se ensina e como se lidera pelo exemplo.
No setor da saúde, liderar é também cuidar. E cuidar com segurança não é apenas uma obrigação técnica, é uma responsabilidade ética, humana e estrutural.
Como sublinha Daniela Campos, diretora de Enfermagem do Aliva, a liderança é o coração da segurança do doente. É ela que inspira, protege e transforma o modo como se cuida diariamente.