O debate em torno do busto de Nefertiti, uma das obras mais emblemáticas do Antigo Egipto, voltou a ganhar força. Criada há mais de 3.300 anos e descoberta em 1912, a peça permanece em exibição no Neues Museum, em Berlim, mas o governo egípcio insiste que nunca deveria ter saído do país.
Segundo especialistas e autoridades culturais do Egipto, o arqueólogo alemão responsável pela escavação terá subvalorizado intencionalmente a peça para facilitar a sua exportação. Hoje, o busto é visto pelos egípcios como um símbolo de identidade nacional e um património que lhes pertence por direito histórico.

A Alemanha, por seu lado, mantém a posição de que a aquisição foi legal, mas enfrenta uma pressão internacional crescente num momento em que vários museus europeus estão a ser chamados a responder pela proveniência dos seus acervos — muitos deles constituídos durante períodos de dominação colonial.
Com a reabertura do Grand Egyptian Museum, no Cairo, e após várias repatriações recentes de artefactos africanos por países como os Estados Unidos e a Austrália, o Egipto reforçou novamente o pedido formal pela devolução do busto. A discussão reacende não apenas um debate histórico, mas também uma reflexão contemporânea sobre património, justiça cultural e responsabilidade museológica no século XXI.


