A preservação dos hábitos e costumes continua a ser uma das maiores conquistas da Independência Nacional. Foi com esta convicção que a Directora do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos do Governo Provincial de Luanda enalteceu, na passada sexta-feira, no Palácio de Ferro, a importância da identidade cultural como elo entre passado, presente e futuro, durante a abertura da 6.ª edição do Festival Nacional de Cultura e Arte (Tchole). O certame insere-se nas celebrações dos 50 anos de Independência de Angola.
Segundo Tatiana Mbuta, o festival é um exemplo de resgate e valorização da cultura angolana, pois preserva a herança dos antepassados e projecta-a para as novas gerações através da criatividade e ousadia. Para a responsável, o evento representa também um esforço colectivo de elevação da cultura nacional.

A cerimónia de abertura contou com homenagens a diversas personalidades das artes, da literatura e do desporto pelo contributo dado à valorização da cultura. Entre os distinguidos, destacaram-se o escritor Boaventura Cardoso, Kayaya Júnior, Victória Soares, no Teatro; Tony Mulato, na Animação Cultural; e Armando Machado, antigo presidente da Federação Angolana de Futebol. Também o Instituto Angolano da Juventude, o projeto Cultura Para Todos, a ex-Liga Africana e a Akwafrica foram homenageados como Instituições Culturais de referência.
O espetáculo de abertura reuniu ainda artistas como Beto Bungo, Tito Cisseck, Namanhonga e o grupo de dança tradicional Akamba Vanene, que proporcionaram ao público momentos de música e dança vibrantes. A festa cultural vai estender-se até 1 de novembro, com uma primeira fase em Luanda e o encerramento previsto para o Moxico, que terá no palco nomes como Tony Nguxi, Socorro, Sandra Nhakatolo e Sabino Henda.
Para Manuel Gonçalves, vice-governador para o sector Político e Social de Luanda, o Tchole é “um marco da resiliência cultural angolana”, destacando o interesse da juventude em resgatar ancestralidade e tradição como sinal de renovação e confiança no futuro.
O diretor-geral do festival, Valdemar Francisco, sublinhou que esta edição tem um impacto especial, não apenas pela adesão do público, mas também por coincidir com os 50 anos de Independência. “Começámos a preparar a atividade desde janeiro e é gratificante ver a materialização deste sonho”, disse.
O termo “Tchole”, oriundo da língua nacional Cokwe, significa “força”, simbolizando a caminhada em direção a um futuro melhor, sempre sustentado na valorização da cultura e da identidade angolana. O festival abrange várias disciplinas artísticas, como teatro, música, dança, artes visuais, conferências e feiras, além de manter a tradição das homenagens a figuras que marcaram a cultura nacional.
Mais do que uma celebração, o Tchole afirma-se como uma plataforma de continuidade cultural, que honra a ancestralidade e inspira as novas gerações a olhar para o futuro com orgulho da sua identidade.