O património arqueológico de Angola entra oficialmente na era digital com o lançamento do projecto DIG-ARQ – Digitalização, Patrimonialização e Acessibilidade –, que permite ao público visualizar e explorar vestígios históricos em três dimensões (3D), através das plataformas digitais Sketchfab e YouTube.

Fruto de uma colaboração entre arqueólogos franceses e angolanos, com apoio da Embaixada de França e o Museu Nacional de Arqueologia de Benguela, o projecto envolve também estudantes da Universidade Agostinho Neto das áreas de Ciências Sociais e Engenharia. A iniciativa surge como resposta à urgência de preservar peças ameaçadas pela acção humana e pelas alterações climáticas.
A digitalização é feita com recurso ao programa Yetolab, permitindo uma visualização completa das peças por meio de tecnologia de scanner e prato giratório. No canal Project DIG-ARQ, no YouTube, estão disponíveis reconstruções virtuais de vestígios recolhidos em províncias como Huambo, Benguela, Kwanza-Sul, Huíla e Lunda-Norte, incluindo sítios de risco como Caculo Cabaça e Ndalambiri, este último com vestígios da Idade do Ferro e da Pedra Final.

Mais do que uma inovação tecnológica, o DIG-ARQ representa um passo decisivo na democratização do conhecimento histórico e na salvaguarda da memória ancestral do povo angolano.
Texto: Gracieth Issenguele