A província do Cuando enfrenta um desafio que ameaça a valorização e o crescimento dos seus talentos: a escassez de espectáculos e a inexistência de salas apropriadas para eventos culturais. O alerta foi dado pelo músico Orlando Maravilha, que lamenta ver artistas locais impedidos de mostrar o seu potencial.
Segundo o artista, alguns espaços existentes encontram-se subaproveitados e poderiam ser requalificados para servir como centros de dinamização cultural. “A ausência de salas convencionais limita a evolução dos cantores e de outros criadores. Precisamos identificar e revitalizar os espaços inativos para estimular a atividade artística”, afirmou.

O autor do tema promocional Pão, que integrará o seu primeiro álbum, defende a criação de um Plano de Revitalização dos Espaços Culturais Inativos. Para ele, esta medida, além de apoiar a classe artística, poderia fomentar o emprego e contribuir para o combate à fome e à pobreza, alinhando-se com as estratégias governamentais.
Com um mosaico cultural diversificado e grupos etnolinguísticos únicos, Orlando Maravilha acredita que o Cuando em matéria-prima cultural para se destacar no país, mas precisa de investimento nas infraestruturas e nos próprios criadores.
O músico, que procura patrocínio para gravar a sua primeira obra discográfica, considera o mercado local “distante da realidade” observada noutras províncias. A falta de apoio financeiro e institucional, segundo ele, é a principal barreira para que os artistas alcancem sucesso.
Além do papel do Estado, Orlando Maravilha apela também à participação do sector privado. “A cultura promove o país e, em especial, a província. É fundamental que os empresários locais, no âmbito da sua responsabilidade social, apostem nos músicos e noutros fazedores de arte”, frisou.
Para o cantor, o talento existe e sobra no Cubango. O que falta é dar-lhe palco.





