A exposição “Komangu: Cantos e Encantos”, do fotógrafo documental José Cassoma, conhecido como KaSoma), foi inaugurada na última quarta-feira no Memorial Dr. António Agostinho Neto (MAAN), em Luanda, reunindo 50 peças que mergulham nos detalhes da vida quotidiana e na essência da identidade urbana.
Segundo o fotógrafo KaSoma, a mostra resulta de um projecto iniciado em 2023, intitulado “Komangu”, palavra em umbundu que significa “banco”. A ideia nasceu da observação dos bancos públicos enquanto espaços de encontro e refúgio, capazes de espelhar realidades sociais diversas. “Os bancos públicos, enquanto elementos mobiliários urbanos, funcionam, nesse projecto, como metáforas, a partir das quais emergem várias reflexões que atravessam áreas como política, arquitectura, urbanismo, antropologia, sociologia, condição social e memória”, sublinhou o artista.

A selecção das 50 peças contou com a curadoria de Samantha Buglione e Adriano Cangombe, bem como a assessoria do professor Rui Tavares. O projecto é uma iniciativa de KaSoma em coprodução com o MAAN e a KT AJALUZ, reforçando o compromisso do Memorial em promover a arte, a cultura e o pensamento crítico através de plataformas de expressão visual que dialogam com a História e a contemporaneidade angolana.
Nascido em Luanda e formado em Sociologia pela Universidade Católica de Angola (UCAN), KaSoma alia o olhar analítico das Ciências Sociais à sensibilidade artística, utilizando a fotografia como campo fértil para traduzir inquietações pessoais e coletivas. Hoje, é reconhecido como um artista que transforma o quotidiano em poesia visual, registando pessoas e espaços numa narrativa carregada de significados.
Com “Komangu: Cantos e Encantos”, KaSoma reafirma-se como uma voz incontornável da fotografia documental em Angola, oferecendo ao público um olhar profundo e provocador sobre a vida urbana e os múltiplos universos que nela coexistem.




