O filme ‘My Semba’ de Hugo Salvaterra vai levar Angola a marcar presença inédita e simbólica na Final Cut in Venice, que se realiza na cidade italiana (Veneza), de 31 de Agosto a 2 de Setembro.
De acordo com a página do Facebook do Ministério da Cultura, nesse evento, tido como o coração de um dos mais prestigiados eventos de apoio ao cinema em desenvolvimento, o país é representado pela longa-metragem “My Semba” (Meu Semba), do realizador angolano Hugo Salvaterra, selecionado entre oito filmes em andamento, provenientes de África e do Médio Oriente.

O Final Cut in Venice, integrado à Bienal de Veneza, é reconhecido por proporcionar acesso directo a distribuidores, programadores de festivais e decisores da indústria, além de oferecer prémios técnicos e serviços profissionais essenciais para a finalização dos projectos selecionados. É neste contexto que “My Semba” se destaca, levando a dança, a cultura e os dilemas urbanos de Angola a um dos palcos mais estratégicos do cinema mundial.
Para Hugo Salvaterra, esta é a primeira longa-metragem, o que torna a selecção ainda mais relevante. O cineasta já havia apresentado o projecto como “work in progress” (trabalho em progresso), no Red Sea Souk, na Arábia Saudita, mas é em Veneza que o filme ganha projecção no seio da crítica europeia e de mercados internacionais.

Para além de “My Semba”, a 13.ª edição do Final Cut in Venice acolhe mais sete obras provenientes de diversos contextos geográficos e sócio-políticos. Entre os filmes de ficção, estão House of the Wind (entrando na música, na dança e na poesia uma forma de resistência e afirmação. O filme articula o semba, ritmo tradicional angolano, como metáfora de identidade e memória colectiva.
Camarões, Benim, França, Bélgica), Standing at the Ruins (Egito, Reino Unido), The Station (Iémen, Jordânia, França, Alemanha, Países Baixos, Noruega, Qatar) e Yesterday the Eye Didn’t Sleep (Bélgica, Líbano, Palestina). Já no campo do documentário, compõem a selecção Legacy (Senegal, França), Out of School (Marrocos, Dinamarca) e Untitled Project from Yemen (Iémen, Qatar, Noruega, França).
Produzido pela Geração 80, “My Semba” traz uma narrativa poética e socialmente engajada, onde três jovens — filhos de um pai debilitado — enfrentam a vida dura e precária numa metrópole africana, encontrando na música, na dança e na poesia uma forma de resistência e afirmação. O filme articula o semba, ritmo tradicional angolano, como metáfora de identidade e memória colectiva.
Texto: Redacção