Sete artistas angolanos, oriundos de diferentes províncias, uniram talento e sensibilidade numa residência artística inédita que marcou, de forma simbólica e profundamente emotiva, o encerramento do Programa FRESAN – Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional no sul de Angola. A iniciativa, promovida pela União Europeia em parceria com o ResiliArt Angola — projeto cultural da American School of Angola (ASA) — resultou na criação de retratos realistas em homenagem aos Vice-Governadores e coordenadores institucionais que lideraram este esforço durante seis anos.

De acordo com uma nota enviada à nossa redacção, as obras foram entregues pela Embaixadora da União Europeia em Angola, Rosário Bento Pais. Criadas a partir de materiais reciclados recolhidos em escolas, as telas reforçam o compromisso com a consciência ambiental e educativa, envolvendo ativamente as novas gerações num gesto de memória e cidadania.
“O Programa FRESAN nasceu de uma parceria sólida entre a União Europeia e o Governo de Angola. Hoje, mais do que números ou relatórios, celebramos o impacto humano e social que essa cooperação gerou. Ao entregarmos estes retratos, deixamos um registo permanente de gratidão e reconhecimento”, destacou a Embaixadora Rosário Bento Pais.
A ASA — American School of Angola — acolheu parte do processo criativo nas suas instalações e mobilizou professores e alunos para a recolha dos tecidos que serviram de fundo às obras. Para Marcus Agostinho, diretor da instituição, a iniciativa reforça a missão educativa da escola: “Acreditamos numa educação com impacto — que coloca os alunos em contacto direto com desafios reais do nosso tempo, como a arte, a cidadania e a sustentabilidade”.
O projeto ResiliArt Angola, lançado em 2021 em parceria com a UNESCO, tem sido uma plataforma de valorização da arte angolana em tempos de crise, promovendo o diálogo entre criadores, comunidades e instituições. Com ligação ativa à Bienal de Luanda – Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz, a iniciativa reforça o papel da arte como agente de transformação cultural e social.
Este gesto artístico — mais do que uma homenagem — simboliza um elo entre memória, liderança e futuro. Um legado visual e emocional que preserva os rostos da resiliência no sul do país e inspira a continuidade de acções sustentáveis com impacto colectivo.

Texto: Gracieth Issenguele