Uma explosão de cor está a transformar a paisagem ao longo da Estrada Nacional (EN) 230, entre Luanda e Malanje. O projecto de pinturas a grafite, promovido pelo Governo Provincial do Cuanza-Norte, visa não apenas embelezar os espaços públicos, mas também afirmar a identidade cultural local e valorizar os artistas plásticos da região.

Desde o início do mês, muros e fachadas nas principais avenidas e vias de ligação ganharam novas formas e cores, com temas que vão desde paisagens naturais a figuras públicas nacionais. Emanuel Emefe, um dos grafiteiros envolvidos, destaca o impacto positivo da iniciativa. “Hoje, é possível viver do grafite. A sociedade está mais consciente do seu valor artístico e social”, afirma o artista, que já acumula 14 anos de experiência.
Mais do que arte urbana, o projecto pretende incentivar a inclusão social, promover a educação cívica e melhorar a saúde mental das comunidades. Pedro Cavela, director do Gabinete Provincial da Cultura, reconhece o potencial da arte como ferramenta de desenvolvimento. Ainda assim, alerta para a necessidade de maior organização: apenas 14 artistas estão oficialmente cadastrados na província.
Com o apoio da Escola Superior de Formação de Professores, que criou recentemente um atelier de artes plásticas e música, espera-se que mais criadores possam aperfeiçoar as suas técnicas e contribuir para um movimento artístico duradouro. O grafite, antes marginalizado, assume agora o papel de embaixador da cultura local.
Texto: Gracieth Issenguele