O Palácio de Ferro, em Luanda, foi palco, no último sábado, de um espectáculo memorável protagonizado pelas irmãs Judeth e Ester, no âmbito do projecto “Muenhu”, uma iniciativa que usa a música como ferramenta de educação, inclusão e integração social.
Mais do que um concerto, o evento foi uma celebração da arte como instrumento de transformação comunitária, reunindo artistas, público e cultura num só espaço. Judeth e Ester conduziram uma viagem sonora entre ritmos de Angola e Cabo Verde, criando uma fusão musical que exaltou a diversidade e a identidade africana.

Entre os momentos mais marcantes, destacaram-se as interpretações de “Africana de Raiz” e “Sowé”, temas autorais que espelham a força, a emoção e a autenticidade da dupla. A cantora Adelina Quitumba também brilhou ao interpretar “Azulula”, de Gabriel Tchiema, e “Tan Kalakatan”, de Mayra Andrade, demonstrando a potência feminina no panorama artístico.

Visivelmente emocionada, Judeth expressou a alegria pela concretização do evento: “Sonhámos com este projecto há anos. Ver que se tornou realidade é um privilégio e uma confirmação de que a música pode mudar vidas”, afirmou.
As irmãs, que iniciaram a carreira na Igreja Maná, cultivaram desde cedo o talento e a disciplina, investindo em formação musical para dominar a voz e os instrumentos que hoje as distinguem no cenário nacional.
Com uma sonoridade que transita entre o gospel, o afro, o jazz, o R&B e o zouk, Judeth e Ester reafirmam o compromisso com a arte que educa e inspira. O “Muenhu” é, sem dúvida, um símbolo de união, empoderamento e esperança, onde a música se transforma num verdadeiro acto de amor e inclusão social.



