A percussionista, produtora e conceptora de projetos culturais sustentáveis, conhecida no meio artístico como Cassilva, foi confirmada como representante angolana na Residência Artística Resistência e Afirmação Cultural, a decorrer em Moçambique entre 20 de agosto e 14 de setembro de 2025.
A iniciativa, financiada pela União Europeia e gerida pelo Instituto Camões no âmbito do programa PROCULTURA, visa investigar e recriar, numa abordagem contemporânea, manifestações artísticas que marcaram o processo de libertação colonial nos países africanos de língua oficial portuguesa — Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe —, bem como em Timor-Leste e nas lutas antifascistas ocorridas em Portugal. O foco está nas vozes e visões de jovens mulheres, promovendo o diálogo entre tradição e modernidade.
Em Angola, a coordenação do projecto está a cargo do Elinga Teatro, responsável por selecionar e acompanhar a participação nacional. Ao longo da residência, Cassilva trabalhará lado a lado com criadores de diferentes áreas artísticas, levando consigo a sua experiência como intérprete, investigadora das sonoridades ancestrais angolanas e especialista em percussão. O resultado desta troca criativa será apresentado num espetáculo final, que integrará as diversas linguagens exploradas durante o programa.
Fundadora do Projecto Percussão Angola, Cassilva construiu uma carreira que combina concertos, projetos educativos e colaborações com artistas nacionais e internacionais. Reconhecida pelo seu compromisso com a preservação e reinvenção das sonoridades tradicionais, a artista leva agora o seu talento e visão para um palco de relevância internacional, reforçando a presença de Angola no mapa cultural contemporâneo.
Este passo marca não apenas mais um capítulo na trajetória da percussionista, mas também um contributo significativo para a valorização da herança artística e histórica que une povos e gerações através da música e da arte.
Texto: Gracieth Issenguele