Agentes do turismo e aviação civil de diferentes países africanos reunidos em Luanda, na 2.ª Conferência Ministerial da ONU Turismo e da ICAO sobre Turismo e Transporte Aéreo em África, sao unânimes pela implementação do Mercado Único de Transporte Aéreo o mais breve possível para dinamizar a mobilização de pessoas e bens no continente e alavancar a economia.

Matongo Matamwandi, PCA da Agência Zambiana do Turismo, defende, para esta medida, a busca de soluções africanas para os problemas africanos, como a adoção de exemplos de países africanos do que buscar exemplos de países longínquos. A este respeito aflorou o exemplo da Zâmbia, cuja agência nacional do turismo tem um conselho de administração com membros que vêm do sector privado e do governo, com representantes de todos os departamentos ministeriais. Advoga, nesta medida, a atração do sector privado na gestão da migração, o que reflectiu no investimento no sistema de visto electrónico, sem as burocracias habituais.
Actualmente podem entrar no país vizinho 180 países com isenção de vistos.
Stephen Musa, comissário da aviação civil africana observou que a contribuição do transporte aéreo para fomentar turismo tem melhorado, embora reconheça que ainda há muito por se fazer e o que pode engrenar este desiderato é a implementação do mercado de transporte aéreo único.
O especialista lembrou que dos cerca de 1.4 bilhão de pessoas em África, apenas 10 % da população viaja de avião, o que, na sua óptica, é lamentável, já que o fluxo na aviação pressupõe desenvolvimento na mobilidade.
Entretanto, refere que há uma considerada evolução, em 2002 o nível de conectividade intraafricana era de 14%, agora melhorou para 22%.
PCA do grupo AirlinePros International, que presta serviços e distribuição no sector aéreo, Achma Asokan Foster, referiu que os países africanos devem colaborar uns com os outros para tirar proveito do potencial que a região oferece, embora reconheça que há muito receio no mercado sobre inteligencia artificial, para isto “é preciso a literária digital, educar as pessoas sobre as novas ferramentas”, disse.
A agente referiu que Angola despertou – se na questão dos vistos, “as pessoas podem vir de toda parte do mundo sem visto”.
Sonho ou ilusão africana?
Para o secretário de Estado para as Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Ângelo Miguel Buta João, é preciso trabalhar arduamente com o envolvimento de governos e privados para a realização do sonho do mercado único.
O Mercado Único de Transporte Aéreo (MUTA), também conhecido como Mercado Único Africano de Transporte Aéreo (SAATM), é um projecto da União Africana que visa criar um mercado único para o transporte aéreo no continente, através da liberalização do sector. O objectivo principal é melhorar a conectividade aérea, impulsionar o turismo, o crescimento económico e a integração de África.
O MUTA busca eliminar restrições e barreiras ao transporte aéreo entre países africanos. Isso significa permitir que companhias aéreas de diferentes países africanos operem livremente em rotas dentro do continente, sem as restrições actuais.
Texto: Pihia Rodrigues