A emblemática Banda Geração Nova, natural do Huambo, está a preparar o seu segundo álbum intitulado “Vozes do Planalto II”, depois de “O Segredo da Humildade”, lançado em 2007. Hernani Vasconcelos, vocalista e percussionista do grupo, avançou os planos e desafios da banda para a concretização deste novo projecto musical.
Em declaraçõe ao Jornal de Angola, o vocalista disse que apesar de ainda não estarem em estúdio, o foco atual está na angariação de fundos para financiar a produção, tendo em conta o elevado custo da gravação e a ausência de patrocínios. A banda mantém a sua presença ativa nos palcos, participando em inúmeros espetáculos dentro e fora do Huambo, bem como em eventos particulares e institucionais, que têm servido como fonte de rendimento para sustentar a iniciativa.

Com quase três décadas de carreira, a Banda Geração Nova continua a ser uma das formações mais respeitadas no panorama musical angolano, reconhecida pelo seu compromisso em preservar os traços da música tradicional do Planalto Central. No repertório, destacam-se temas como “Saudades”, “Ongongo”, “Lila” e “Amor Comercial”, que exploram sonoridades como olundongo, okatita, onhatcha, semba, kizomba, tchissosi, kilapanga e tchianda — interpretados maioritariamente em língua umbundu.
Desde a sua fundação em 1997, pelos músicos Bessa Teixeira e Hernani de Vasconcelos, a banda tem sido uma verdadeira escola de talentos, por onde passaram nomes como Justino Handanga e Victor Bill. Atualmente, a formação conta com Artur no baixo, Kito na bateria, Coragem na guitarra e Beto nos teclados, sob a liderança de Hernani Vasconcelos, que continua fiel à missão de manter viva a essência cultural do grupo.
Com mais de 30 anos de percurso artístico, Hernani recorda o início modesto no município do Bailundo, quando sonhava fazer parte do Conjunto Caripande, da antiga Brigada Popular de Vigilância. Apesar das recusas e das derrotas em concursos musicais, o cantor nunca desistiu. Hoje, a sua persistência traduz-se numa carreira sólida, sustentada pelo amor à música e pela dedicação a uma banda que, ao longo do tempo, se tornou símbolo de resistência e autenticidade artística no Huambo.