Dois anos após Bless e Titi, filhos do casal Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, terem sido vítimas de racismo em Portugal, a Justiça do país condenou Adélia Barros a oito meses de prisão com pena suspensa, desde que não cometa nenhum crime nos próximos quatro anos. O caso, ocorrido em 2022, envolveu insultos racistas às crianças, que na época tinham 7 e 9 anos, além de uma família de turistas angolanos na Costa da Caparica.
Além da pena, o Tribunal de Almada determinou uma indemnização de 13.443.724,00 kwanzas por danos morais à família e uma multa de 2.400.665,00 kwanzas a ser paga à associação SOS Racismo. Adélia também terá de se submeter a tratamento para o alcoolismo.
Em comunicado nas redes sociais, Giovanna e Bruno celebraram uma decisão histórica que ressaltou o privilégio e possibilitou a visibilidade do caso. “Sabemos que somos mais ouvidos do que qualquer mãe ou pai negro que ainda são silenciados. É nosso papel usar este privilégio para amplificar a luta contra o racismo”, afirmou o casal.
O caso é simbólico por ser a primeira vez que a justiça portuguesa condena uma pessoa por racismo, marcando um avanço no combate às discriminações. A decisão também ocorre num momento de maior consciencialização sobre as heranças escravas e a necessidade de vigilância contínua para erradicar o racismo.
Giovanna e Bruno agradeceram o apoio do público da imprensa portuguesa e brasileira e dos seus advogados, e reforçaram a importância de continuar a luta: “O racismo continua a ferir e a matar. Não podemos esmorecer diante dele.”
Por Suzana André