Autêntica, sensível aos detalhes e profundamente conectada às suas raízes, Adília Cordeiro é mais do que uma nutricionista e empreendedora – é uma mulher que transpira sensibilidade estética e propósito em tudo o que faz. Apaixonada pelo que é belo, simples e verdadeiro, Adília decidiu ir mais longe criar uma marca que reflecte exactamente isso: identidade, elegância e consciência. Assim nasceu a Bituca.

Em entrevista exclusiva à Revista Chocolate Lifestyle, Adília dá-nos a conhecer o universo por detrás da sua nova paixão — um projecto que promete marcar a moda angolana e africana com alma, intemporalidade e força feminina.
“A Bituca nasceu da ausência”, começa por dizer, explicando que sentia falta de peças que fossem simultaneamente simples, elegantes e com carácter. “Sempre gostei de roupas que contam histórias, que atravessam modas e estações”, acrescenta. A marca assenta em valores como autenticidade, intemporalidade, exclusividade e ligação à terra natal.

Produzida em Angola, com orgulho e com um toque artesanal, a Bituca recorre ao linho, um dos tecidos mais antigos da humanidade, como material principal. “É natural, respirável, elegante sem esforço”, descreve. Esta escolha revela uma filosofia bem definida: peças com propósito, respeito pela natureza e pela beleza duradoura.
Entre raízes e modernidade: a elegância africana reinterpretada
Para Adília, a elegância africana não é uma tendência, é uma herança viva. E é nesse espírito que desenha peças que conciliam a tradição com a modernidade, valorizando detalhes manuais, silhuetas fluidas e referências culturais, mas com cortes e acabamentos sofisticados. O resultado? Roupas com alma, que contam histórias e destacam-se pela sua essência.
Cada colecção da Bituca carrega um significado íntimo. Na colecção “Natura”, por exemplo, homenageia mulheres que marcaram a sua vida: a avó Josefa, que vendia peixe para sustentar a família, ou a tia Clementina, enfermeira e figura maternal. “As peças não são apenas roupas, são capítulos da minha história e da história de muitas mulheres fortes como elas”, partilha.
Moda com identidade, feita em Angola para o mundo
A resposta do público tem sido tocante: “Tem sido emocionante. O público angolano tem-se mostrado orgulhoso por ver algo feito com tanto cuidado e qualidade no nosso país.” Fora de Angola, a recepção também tem sido calorosa. “Há uma curiosidade e um encanto pela estética da marca. As pessoas querem saber mais, querem vestir algo com identidade.”
A exclusividade, um dos pilares da Bituca, é garantida por produções limitadas, acabamentos manuais e tecidos nobres. Cada peça é numerada e tratada como única, transmitindo um sentimento especial a quem a veste.
A identidade africana está presente em cada detalhe da marca — não como adorno, mas como essência. A criadora acredita que, no contexto actual da moda africana, elegância significa ter a coragem de ser autêntica. “É vestir aquilo que representa quem somos, com simplicidade, conforto e respeito por nós mesmas e pelo planeta.”

Deixa uma mensagem tocante às mulheres que se identificam com esta estética:
“Sejam fiéis à vossa essência. A vossa história é a vossa força. A beleza africana está nos gestos, nas curvas, na coragem de existir com orgulho. Bituca é um espelho disso – da mulher que respeita a sua origem e não tem medo de brilhar.”
Com a Bituca, Adília Cordeiro não apenas criou uma marca de roupa – criou um manifesto de elegância com alma, onde cada peça carrega a verdade, a história e a força da mulher africana.


Texto: Gracieth Issenguele