‘’ANTES DE SER CANTORA JÁ CANTAVA’’
Falar com a Anna Joyce é ter aquela injecção de alegria da qual não sabíamos que precisávamos. Só é preciso ter tempo, porque a conversa flui e surge como quem come cerejas e muita força abdominal, para aguentar tanto riso.
Num vestido branco angelical, que contrasta com a sua personalidade travessa e à sombra dos míticos coqueiros do Clube S, a Fofinha de Angola falou de maternidade, de música e de sonhos, abordando até os temas mais sérios com um humor tal que nem a música que ecoava das grandes colunas conseguir suplantar as gargalhadas.
Basicamente os seus hashtags nas redes sociais dizem tudo o que precisamos de saber.
#MÃEDECINCO
Um dos seus hashtags mais recorrentes, que resumem todo o seu mundo. ‘’Existe uma Anna pré, durante e pós maternidade. Antes de ser mãe só queria viver a minha vida, era desorganizada, até um pouco irresponsável, queria curtir a vida enquanto podia. Quando fui mãe comecei a pensar noutra pessoa além de mim, tudo é por eles’’.
Enquanto mãe de gémeas, faz questão de esclarecer que ‘’ao contrário do que as pessoas dizem, não foi inseminação, elas vieram não sei de onde’’, declara entre risos.
Sobre os mitos das ligações especiais entre eles diz jocosamente: ‘’sou muito céptica, só acredito em monstros debaixo da cama!’’.
Quando diz ser mãe de cinco, fala inclusivamente da sua enteada Angélica, que é mais do que filha, é a sua companheira, que leva aonde quer que vá.
Quisémos saber o segredo para uma relação tão invejável, que contraria todos os mitos em relação às madrastas. ‘’Paciência, entrega e querer que as coisas dêem certo. Começou tudo pelo meu marido, quando começámos a namorar a minha enteada já existia. Ele disse que tinha uma filha e queria fazer parte da vida dela, logo, eu só tinha de escolher aceitar ou não. E aceitar para mim é aceitar mesmo, portanto aceitei-a como filha (…) e também foi fácil para mim porque a Angélica é muito doce.’’
#FOFINHA
Apesar de ter ficado conhecida por chamar assim os candidatos no programa Unitel Estrelas ao Palco, na verdade ‘’Fofa’’ é o seu nome de casa.
Talvez por ser a mais nova da família, ou talvez por simplesmente sê-lo, o facto é que essa fofura foi um empurrão para o seu lado artístico.
‘’Eu era fofa, tinha piada e tinha de fazer coisas para chamar a atenção dos mais velhos. Tínhamos a sorte de na altura já termos uma máquina de filmar e eu fazia coisas engraçadas e os meus irmãos filmavam. Cantava, fazia playbacks, representava cenas das novelas, que tinha decorado(…)’’.
No fundo, deve esses feitos à sua irmã Tânia, que sempre acreditou no seu potencial e incentivou os seus devaneios artísticos, ‘’ela achava sempre que quando fôssemos grandes aquelas imagens teriam sucesso, então guardava tudo, chateava-me para filmar, quase me obrigava! Era o meu Joe Jackson!’’, gritou, enquanto soltava gargalhadas.
#DAMADOJU
O seu marido é o seu companheiro de todas as aventuras. Mas acima de tudo, foi quem a lançou nesse mundo que agora é o seu. ‘’Numa conversa com o Johnny Ramos, eu disse que era fã dele e o meu marido, que na altura era namorado e muito intrometido’’, diz, a fazer caretas, ‘’disse que eu também cantava e eu fiquei tão chateada…!! O Johnny pediu-me para cantar e eu era muito tímida (porque não gosto de cantar quando pedem, fico com vergonha). Lá cantei e ele disse que eu cantava bem e que poderia fazer algo diferente (…) então comecei a dlevar a música mais a sério’’.
Mas não fica por aí. Ele é também o responsável pela música que, além de ser uma das preferidas da cantora, foi vencedora do prémio Moda Luanda, como Música Romântica do Ano.
‘’Essa música era uma composição para outra pessoa, mas o meu marido insistiu muito e dizia não podes dar essa música a nínguém, tens de ser tu a cantar, se deres nunca mais te falo, nha nha nha’’, fazendo as expressões mais engraçadas e indescritíveis, ‘’e afinal o resultado foi melhor do que esperava, é das minhas músicas preferidas, nunca me cansei de a cantar (…) não tenho músicas minhas no carro, mas essa está’’.
Resta-nos agradecer ao seu ‘’tio Jú’’ e esperar que continue a ser ‘’intrometido’’.
#EXTREMAMENTENECESSÁRIA
Confirmamos. São várias as razões que levam Anna Joyce a ser uma mais valia na vida de todos, não só enquanto artista, mas enquanto ser humano.
A sua humildade, pois a fama não alterou em nada o seu carácter e os seus valores.
A sua alegria e humor contagiantes. Pessoas que dizem coisas como ‘’a Anna Joyce artista e a de casa são um pouco diferentes. A de casa é do piorio. Para já, tiro logo a peruca e desmonto-me toda, logo sou outra!’’, entre risos estridentes, são necessárias!
A sua positividade. ‘’Sou uma pessoa realizada. As pessoas que não se realizam vão morrer sem o estar porque falta sempre qualquer coisa (…) temos de agradecer o que temos no momento porque amanhã podemos ter menos ainda’’
Portanto não nos restam mais palavras para descrever este ser humano lindo e talentoso e como tal fechamos com a sua boa energia, citando-a: ‘’a vida é urgente e a gente tem de viver enquanto pode’’.