Open House é um conceito de prova de vinhos num andar de uma unidade hoteleira, onde se transformou cada quarto num espaço personalizado para provas enquanto se bate um papo sobre a sensação, partilha de experiências sobre uma determinada marca de vinho ou mesmo do quotidiano profissional ou da vida, evidenciando o networking.

No hall do hotel, três jovens lindas atendem um a fila de convidados que devem fazer o check-in, a habitual ternurenta recepção irrompe de uma delas antes mesmo de chegar à mesa: Boa noite, sr.! Pode dizer seu nome, por favor?”. Depois de chegar ao balcão, a colega oferece um bloco de notas com informações sobre os vinhos e os produtores e quadradinhos para avaliar cada marca colocando um x. Junto davam uma taça envolta num cordão que sugere logo à colocação ao pescoço, como um fotógrafo que protege a sua máquina. É, desde já, o primeiro sinal de inovação nessa apresentação, que já se anunciara jamais ter sido vista em Angola, desafiava a organização.
Após o check-in, seguiu-se ao 5.° andar. O corredor já apinhado de apreciadores de vinho, produtores, empresários distribuidores do sector, Influencers e jornalistas, em diferentes grupos de conversa. Em cada apartamento um expositor tinha à mostra diferentes marcas e oferecia uma modesta quantidade para a prova, bastava que o interessado pedisse ou o expositor sugerisse.

Apreciar no conforto do lar
A organização responsável pela iniciativa, que decorreu na quinta-feira passada, justificou a ousadia pelo facto de o vinho exigir ser apreciado no conforto do lar, daí pensar-se em realizar no andar de um hotel em Luanda.
De acordo com a Multiafrica, o evento superou todas as expectativas e marcou uma nova forma de pensar a apresentação de vinhos em Angola.
“O Open House foi pensado para quebrar o paradigma das feiras tradicionais e mostrar que o vinho pode ser apresentado de formas muito mais criativas e envolventes. Os objectivos foram alcançados e superados, tanto pelo número de visitantes profissionais como pela qualidade das interacções. Esperamos que as pessoas passem a ver o vinho com ainda mais carinho e percepção de qualidade.”, explicou o Director de Marketing da Multiáfrica, Marco António Pereira.
Com a presença de 24 marcas de 12 diferentes produtores, incluindo uma marca nacional, o Open House foi palco de uma diversidade vínica rara no mercado angolano. Participaram representantes de países como Portugal, França e Itália, com nomes emblemáticos como Esporão, Rocim, Casa Relvas, Kopke, Vicente Faria, No Rules Wines, Vignobles Raguenot e Enoitalia, que trouxeram novas narrativas sobre castas e inovações.
O vinho angolano Vale do Bero foi um dos destaques, representando com a identidade vínica local e mostrando o potencial crescente da produção nacional.
A Multiáfrica garante que o Open House passará a ser um evento anual. A segunda edição já está em preparação, com a ambição de incluir mais produtores internacionais e reforçar a participação angolana.






Texto: Pihia Rodrigues