Cancro do colo do útero: a estratégia que pode salvar vidas

Suzana André
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O cancro do colo do útero continua a ser uma ameaça significativa para a saúde das mulheres, mas estudos recentes mostram que, com prevenção eficaz, rastreio, vacinação e educação, podemos salvar muitas vidas.

Panorama global

* Em 2022, foram diagnosticados cerca de 660.000 novos casos de cancro do colo do útero no mundo, resultando em aproximadamente 350.000 mortes associadas. A maioria destes casos e mortes ocorre em países de baixos e médios rendimentos, onde os sistemas de saúde frequentemente enfrentam limitações no acesso à despistagem e tratamento.

O rastreio é essencial para detectar lesões precoces, antes de se transformarem em cancro. A vacinação, recomendada sobretudo em idade jovem, protege contra os principais tipos de HPV responsáveis pela doença. Já a educação e sensibilização ajudam a quebrar tabus e a incentivar as mulheres a cuidarem da sua saúde.

Organizações de saúde sublinham que esta é uma batalha que pode ser vencida. Países que investiram em programas de prevenção registam quedas significativas na incidência da doença. Em Angola e noutros contextos africanos, o desafio passa por aumentar o acesso a consultas, exames e vacinas, sobretudo nas zonas mais carenciadas.

Situação em Angola.   

* O governo recebeu mais de 1,4 milhões de doses da vacina contra o HPV, parte de uma campanha para vacinar meninas entre os 9 e 12 anos, visando imunizar cerca de 2.136.000 jovens nessa faixa etária.

* Em 2022, foram tratados aproximadamente 915 casos de cancro do colo do útero no país, o que correspondia a cerca de 17% de todos os casos de cancro registados.

* Estima-se que o número real de casos seja ainda maior, devido a limitações no diagnóstico, especialmente em áreas remotas ou com menos recursos.

Com uma estratégia integrada e o envolvimento de profissionais de saúde, comunidades e decisores políticos, é possível caminhar para um futuro em que o cancro do colo do útero deixe de ser uma ameaça. O passo decisivo está na prevenção e esse é um poder que já temos nas mãos.

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