O Dia Internacional da Consciencialização para a Hepatite C, celebrado a 1 de outubro, recorda-nos que esta infeção continua a ser um desafio de saúde pública em vários países, incluindo Angola. Apesar de haver cura e de os tratamentos atuais apresentarem taxas de sucesso muito elevadas, a doença ainda representa um risco para milhares de pessoas devido à sua associação com complicações graves, como cirrose e cancro do fígado.
Mundialmente, estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas vivam com hepatite C crónica, com 1,5 milhões de novos casos anualmente. Em Angola, embora não existam dados oficiais atualizados, médicos angolanos alertam para a necessidade urgente de reforçar os programas de rastreio e diagnóstico precoce, uma vez que muitas pessoas desconhecem estar infetadas.

Segundo a médica hepatologista Dr.ª Ana Paula Faria, “a hepatite C é silenciosa e pode permanecer anos sem sintomas. Apenas mediante campanhas de sensibilização, acesso a testes e disponibilidade de tratamento é que Angola poderá reduzir o impacto da doença”.
Grupos mais vulneráveis, como utilizadores de drogas injetáveis, pessoas em contexto prisional ou indivíduos sem acompanhamento médico regular, apresentam maior risco de infeção e progressão da doença. No entanto, a comunidade científica enfatiza que a eliminação da hepatite C como problema de saúde pública é viável até 2030, desde que haja investimento contínuo em políticas de prevenção, diagnóstico e acesso ao tratamento.
Em Angola, este objetivo dependerá de um esforço conjunto entre o Estado, profissionais de saúde e a sociedade civil, para que o país consiga avançar rumo a um futuro livre desta infeção silenciosa.

