A diabetes está a ganhar proporções alarmantes em Angola e já é considerada uma verdadeira “epidemia silenciosa”.
Dra. Vera Fontes, Directora Clínica do Aliva Saúde(@alivasaude), alerta para o crescimento contínuo da doença no país tal como no resto do mundo, Angola enfrenta uma realidade marcada pelo aumento da urbanização, pelo sedentarismo e pelas mudanças profundas nos hábitos alimentares, factores que têm alimentado a subida consistente do número de doentes. “Quando a doença é identificada cedo, conseguimos intervir no estilo de vida antes de surgirem complicações graves, iniciar medicação adequada numa fase em que o pâncreas ainda tem alguma reserva funcional, e reduzir de forma significativa o risco de AVC, infarto, insuficiência renal e cegueira”, afirma.

É por isso que o apoio psicológico, a educação terapêutica e uma relação próxima com profissionais de saúde melhoram a autoconfiança, a autonomia e os resultados clínicos. “A saúde mental tem de deixar de ser um ‘acessório’ e passar a ser parte integrante do plano de tratamento”, defende Vera Fontes.
A médica diz que não existem dados estatísticos precisos em Angola sobre o número de casos de diabetes. Contudo, as estimativas internacionais apontam para uma prevalência entre 5% e 10% da população adulta, o que representa centenas de milhares de angolanos a viver com diabetes, muitos sem diagnóstico. Ou seja, o número exacto por ano não é conhecido devido à falta de vigilância epidemiológica, explicou.
Os factores que mais contribuem para o aumento da diabetes tipo 2 no país são:
Excesso de peso e obesidade, sobretudo gordura abdominal. Tem também o sedentarismo e ausência de atividade física regular, urbanização rápida, associada a estilos de vida menos activos, alterações dos hábitos alimentares, com maior consumo de alimentos processados, históricos familiares, dentre outros factores.
Prevenção
As principais medidas de prevenção incluem: diagnóstico precoce, com rastreios adaptados à realidade angolana, promoção de estilos de vida saudáveis, como alimentação equilibrada e actividade física regular. Inclui também redução do consumo de açúcares simples e alimentos ultra-processados, controlo do peso corporal, entre outros.
Num país onde a prevalência continua a subir e os desafios são evidentes, o apelo da especialista é claro: agir cedo, educar mais e cuidar melhor. A diabetes pode ser silenciosa, mas a resposta precisa de ser urgente, informada e colectiva.



