Em várias regiões de Angola, uma mudança profunda de mentalidade está a acontecer silenciosamente, impulsionada por iniciativas locais que têm como foco o desenvolvimento sustentável, a cidadania activa e o empoderamento comunitário.
Projectos como o Kendalanga plataforma de educação informal e empreendedorismo juvenil têm formado centenas de jovens em Luanda, incentivando a autonomia financeira e a liderança comunitária No Huambo, a Associação OMUNGA actua na defesa dos direitos humanos, promovendo o acesso à educação e a participação cívica de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade

Nas zonas rurais da província do Bié, grupos de mulheres organizadas em cooperativas, com o apoio do FAS Instituto de Desenvolvimento Local, têm melhorado significativamente a segurança alimentar e gerado rendimentos através da agricultura sustentável Estas acções demonstram que pequenas iniciativas, enraizadas nas comunidades, têm um impacto directo e mensurável na vida das pessoas.
Além disso, plataformas digitais como a AngoEmprego e o Canal Jovens Empreendedores têm democratizado o acesso à informação sobre emprego, formação e empreendedorismo, ajudando milhares de jovens a encontrar novas oportunidades
De acordo com o Relatório do PNUD Angola (2023), iniciativas comunitárias com foco em educação, saúde e inclusão têm tido um papel crucial na alteração de comportamentos sociais e no reforço do sentimento de pertença e responsabilidade colectiva.
Esta transformação não parte apenas de instituições formais, mas sobretudo de cidadãos comuns que decidiram agir. A nova geração angolana, com mais acesso à informação e redes de apoio, está a redefinir os seus próprios caminhos, baseando-se em valores como solidariedade, colaboração e resiliência.



Texto: Suzana André