Um estudo internacional realizado por investigadores da Universidade de Oxford, em colaboração com outras instituições académicas, concluiu que qualquer nível de consumo de álcool pode aumentar o risco de demência. A investigação analisou dados de mais de 560 mil participantes do US Million Veteran Program (Estados Unidos) e do UK Biobank (Reino Unido), além de informações genéticas de cerca de 2,4 milhões de pessoas em 45 estudos distintos.
Os resultados mostram que mesmo quantidades consideradas moderadas, como 1 a 3 bebidas alcoólicas por semana, podem estar associadas a um risco até 15% superior de desenvolver demência, em comparação a quem consome menos ou não consome álcool. Além disso, verificou-se que uma maior predisposição genética para dependência alcoólica aumenta em cerca de 16% a probabilidade de desenvolver a doença.

Os especialistas sublinham que não existe um nível seguro de consumo de álcool para a saúde cerebral. Para além do impacto cognitivo, o álcool continua a ser apontado como fator de risco para hipertensão, doenças cardiovasculares e problemas hepáticos.
Apesar da robustez da análise, os investigadores reconhecem algumas limitações, como a predominância de participantes de origem europeia e a utilização de dados autorreportados, que podem introduzir viés. Ainda assim, o estudo reforça a necessidade de maior sensibilização para os riscos associados ao consumo de álcool e a importância da prevenção para proteger a saúde mental e cognitiva ao longo da vida.

