Já reparou que, entre os gémeos, há um sempre que parece ser mais falante e expansivo, enquanto o outro é mais reservado ou sarcástico? Essa diferença comportamental entre irmãos gémeos é mais comum do que se imagina e não, não é apenas impressão sua.
Embora os gémeos partilhem o mesmo DNA (no caso dos gémeos idênticos), estudos em psicologia e genética comportamental indicam que o ambiente, as experiências pessoais e até pequenas diferenças biológicas podem influenciar de forma significativa a personalidade de cada um.

Pesquisas com gémeos mostram que traços como extroversão, introversão, humor e até senso de humor se desenvolvem de forma única em cada indivíduo, mesmo quando criados juntos. Um dos fatores apontados pelos cientistas é o papel da individualização: desde cedo, cada gémeo pode inconscientemente buscar um “papel” diferente dentro da dupla, como forma de se destacar e construir a sua identidade.
Além disso, pequenas variações na posição no útero, diferenças nas interações com os pais e até momentos distintos de atenção e estímulo podem impactar o desenvolvimento emocional e social.
O resultado? Uma dupla inseparável, mas com temperamentos que se complementam como dia e a noite ou como aquela combinação clássica: o falante e o sarcástico.
Texto: Michela Silva