Educar vai além de ensinar matemática ou história: é formar cidadãos conscientes, capazes de agir com responsabilidade no presente e transformar o futuro. Em Angola, esse desafio tem ganhado cada vez mais destaque, especialmente no debate sobre como preparar as novas gerações para uma sociedade mais inclusiva e participativa.
Para a professora universitária Amélia Mingas, especialista em linguística e educação, “a escola deve ser um espaço de construção de valores, onde os jovens aprendem a respeitar a diversidade cultural do país e a desenvolver um espírito crítico”.
O pedagogo Carlos Araújo, envolvido em projetos comunitários de educação em Luanda, também defende que “é fundamental aproximar a escola da realidade social, incentivando os alunos a participar em atividades de voluntariado, debates e iniciativas de cidadania ativa”.
Institucionalmente, o Ministério da Educação de Angola tem reforçado a importância da cidadania no currículo, destacando que o futuro depende de jovens capazes de enfrentar questões como desigualdades sociais, alterações climáticas e o impacto da tecnologia.
Como sublinha a pesquisadora angolana Aurora Ferreira, “formar cidadãos conscientes é investir no desenvolvimento sustentável do país, pois o conhecimento só tem valor quando se traduz em responsabilidade social”.
A UNESCO reforça essa visão, enfatizando que a educação para a cidadania global é um dos pilares do desenvolvimento sustentável e deve preparar os alunos para pensar criticamente, agir com empatia e contribuir para comunidades mais justas e inclusivas.
Na prática, esse processo pode envolver projetos de voluntariado escolar, debates sobre temas sociais, estímulo ao pensamento crítico e o uso de metodologias participativas que colocam o aluno no centro da aprendizagem.
