A Inteligência Artificial (IA) está a transformar a forma como se identifica e trata precocemente a doença de Alzheimer. Investigadores da Universidade da Califórnia em San Francisco desenvolveram um sistema inovador que analisa exames cerebrais e dados clínicos, permitindo detectar sinais da doença com até sete anos de antecedência relativamente ao diagnóstico tradicional.

O estudo, recentemente publicado na revista Nature Aging, utilizou dados de mais de 5.000 pacientes para treinar modelos de IA capazes de prever a progressão da doença. A tecnologia baseia-se na análise de padrões subtis do funcionamento cerebral, muitas vezes invisíveis à observação humana, identificando pessoas com maior risco de desenvolver Alzheimer antes mesmo do aparecimento dos sintomas evidentes.
Este avanço possibilita uma abordagem clínica mais eficaz, com intervenções precoces e tratamentos personalizados que podem retardar o avanço da doença e melhorar significativamente a qualidade de vida dos doentes e das suas famílias.
Além do diagnóstico, a IA também é usada para monitorizar a eficácia das terapias ao longo do tempo, oferecendo novas esperanças no combate a uma das doenças neurodegenerativas mais desafiadoras da atualidade.

Texto: Suzana André