O Museu Regional de Etnografia do Lobito recebeu, entre janeiro e junho deste ano, um total de 3.450 visitantes, entre nacionais e estrangeiros, de acordo com o diretor da instituição, João Luís Monteiro de Oliveira. A crescente adesão revela um despertar da sociedade para a valorização do património cultural angolano.

Segundo o Jornal de Angola, entre os visitantes estrangeiros destacam-se cidadãos dos Estados Unidos, Portugal, Vietname, Brasil e França. No que diz respeito ao público nacional, predominam grupos escolares provenientes de várias províncias, como Benguela, Huambo, Bié, Huíla, Namibe e Luanda, sempre acompanhados por docentes.
O responsável sublinhou que muitos residentes locais visitaram o museu pela primeira vez, demonstrando o crescente interesse pela cultura. “O museu, sem visitantes, não tem significado. Temos que mostrar o real valor dos museus”, afirmou.
Entre os espólios mais procurados estão instrumentos de percussão, utensílios de caça, peças relacionadas com a agricultura, danças tradicionais e objetos usados em rituais, como o olombongo. Um dos momentos marcantes do semestre foi a visita de um pesquisador brasileiro, surpreendido ao descobrir que os instrumentos que estudava tinham origem angolana e não europeia, como antes pensava.
Com um acervo de 1.513 peças que representam a diversidade etnolinguística do país, o museu realiza exposições trimestrais para aproximar o público da riqueza cultural nacional. Contudo, João Luís Monteiro alerta para a necessidade de reforçar a formação técnica da equipa e contratar novos profissionais, face ao crescimento da procura.
Texto: Gracieth Issenguele
