A presença negra no universo da riqueza global já não pode ser ignorada.
Segundo a Forbes 2025, actualmente 23 pessoas negras fazem parte da lista de bilionários mundiais, somando juntas uma fortuna de mais de 96 bilhões de dólares. Este número não é apenas um reflexo de conquistas individuais, mas também da expansão de oportunidades em territórios historicamente marginalizados, como a Nigéria, e da força cultural global de personalidades do entretenimento norte-americano.
No continente africano, a Nigéria é um verdadeiro berço de bilionários. Aliko Dangote, com uma fortuna estimada em 23,9 bilhões de dólares, é o homem negro mais rico do mundo. Dono do grupo Dangote, ele construiu um império a partir do cimento, açúcar e, mais recentemente, da maior refinaria de petróleo da África.

Ao lado dele, outros magnatas como Mike Adenuga, do setor de telecomunicações e petróleo, e Abdulsamad Rabiu, líder do BUA Group, reforçam a força do país no mapa da economia mundial. Esses empresários não apenas enriquecem, mas também moldam a infraestrutura africana, criando empregos e influenciando políticas públicas.

Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, a lista também é robusta. David Steward, fundador da World Wide Technology, é o negro mais rico da América, com cerca de 11,4 bilhões de dólares. A sua empresa de tecnologia fornece soluções para gigantes como a Boeing e a Verizon, mostrando que a presença negra também é relevante no setor de inovação e tecnologia.

Outro nome de destaque é Robert F. Smith, investidor bilionário à frente da Vista Equity Partners, que administra mais de 100 bilhões em activos. Smith se tornou símbolo não apenas de sucesso, mas também de filantropia, ao anunciar que pagaria as dívidas estudantis de uma turma inteira da Morehouse College, em 2019.

Se a África e o empresariado norte-americano constroem riqueza a partir de setores tradicionais, no campo cultural e desportivo, ícones globais transformaram talento em impérios.
Oprah Winfrey, com o seu império de mídia, segue sendo um dos rostos mais influentes da televisão e do mundo dos negócios.
Jay-Z, avaliado em 2,5 bilhões de dólares, é exemplo de como a música e o empreendedorismo caminham lado a lado. Os seus investimentos em bebidas, moda e tecnologia o consolidaram como o primeiro bilionário do hip-hop.
Rihanna, com fortuna estimada em 1,4 bilhão de dólares, tornou-se referência de uma nova geração que usa a fama para construir marcas sólidas. A sua empresa de cosméticos Fenty Beauty revolucionou o mercado ao apostar em diversidade de tons de pele, gerando impacto cultural e financeiro.
LeBron James, hoje bilionário, comprova que o basquetebol é apenas a ponta do iceberg de uma carreira marcada por investimentos inteligentes, negócios no entretenimento e causas sociais.
A ascensão dessas personalidades não representa apenas cifras astronómicas. Ela redefine narrativas. Durante décadas, a ideia de sucesso financeiro e empresarial esteve atrelada a estereótipos distantes da população negra. Hoje, cada vez mais, histórias como a de Dangote, Rihanna ou LeBron inspiram milhões ao mostrar que o poder económico também pode ter rosto e voz negros.
A Forbes 2025 não apenas quantifica fortunas, mas revela um movimento em curso: a ascensão da riqueza negra em escala global. Seja em Lagos, Nova Iorque ou Los Angeles, os bilionários negros estão a mudar o jogo, quebrando barreiras históricas e mostrando que, cada vez mais, a riqueza tem várias cores.


