A actriz brasileira Joana do Carmo emocionou o público do Instituto Guimarães Rosa, na sexta-feira, com a peça “A Mulher do Atirador de Facas”. Em entrevista à Revista Chocolate Lifestyle, a actriz partilhou a experiência de ensinar em Luanda: “Foi um convite que me trouxe muita alegria, porque pude orientar oficinas de produção cultural, mostrando aos artistas locais como estruturar projectos e transformá-los em produtos culturais. Além disso, ministrei oficinas de teatro com profissionais, estudantes da Uni Luanda e no projeto Animart, que considero incrível e digno de reverência”, referiu.
Durante os três dias em Luanda, a atriz disse ter-se encantado com a elegância, a generosidade e a consciência social dos angolanos: “Os artistas entendem que a arte tem de transformar a sociedade, e isso deixou-me profundamente feliz. O sentimento que levo daqui é responsabilidade”, afirmou.

Segundo Mélaine Le Bihan, diretora da Alliance Française, o convite a Joana do Carmo surgiu pela sua longa colaboração com as alianças francesas no Brasil: “Foi um privilégio trazê-la a Angola, tanto para oficinas de teatro como para encerrar a semana com este espetáculo. Apesar da viagem longa, com várias escalas, Joana chegou cheia de boa vontade e saiu emocionada com a recepção calorosa dos angolanos”, destacou.
Espectáculo marcado pela criatividade
Durante 50 minutos de apresentação, Joana manteve a plateia presa ao palco. Entre emoções fortes, confiança, precisão e até momentos de medo, o espetáculo foi marcado pela criatividade. A apresentação integrou a temporada França-Brasil, Diálogo com a África, uma iniciativa da Alliance Française, que tem promovido intercâmbios culturais.
Joana do Carmo desafiou a plateia a participar na peça de forma improvisada para se tornar o novo atirador de facas, depois da ausência de Don Sinistros. A atriz escolheu três homens do público, de modo a testar a capacidade de cada um, para se tornarem no novo atirador.
Entre os três, Nelson Sampaio foi o único que acertou o alvo, sendo escolhido para ser o novo atirador e, mais uma vez voltou a ser desafiado para acertar o alvo, desta vez, acertou o centro do coração.
No final do espetáculo, Joana deixou uma mensagem clara ao público: “Assistir ao teatro é também apoiar os artistas na criação de novos produtos, porque a arte transforma vidas, mas precisa da participação de todos”.





