Uma nova esperança pode estar a caminho no combate ao cancro do pulmão. Investigadores da University College London e da Universidade de Oxford preparam-se para iniciar, já no próximo verão, os testes de uma vacina promissora, a LungVax que será avaliada ao longo dos próximos quatro anos.
A vacina será administrada as pessoas com maior risco de desenvolver a doença, visando analisar a segurança, possíveis efeitos colaterais e o potencial de prevenção. Para os especialistas, este é um passo decisivo no enfrentamento de um dos cancros mais letais.

“Menos de 10% das pessoas com cancro do pulmão sobrevivem mais de 10 anos. Isto precisa de mudar, e essa mudança acontecerá se atuarmos nos estágios iniciais da doença”, afirmou Mariam Jamal-Hanjani, investigadora do projeto, ao Daily Mail.
Apesar do entusiasmo, os especialistas sublinham que a principal forma de prevenção continua a ser abandonar o tabaco. “As vacinas preventivas não substituem o abandono do tabagismo, mas podem ser uma estratégia viável para prevenir certos tipos de cancro”, destacou Sarah Blagden, também responsável pelo desenvolvimento da LungVax.

Michelle Mitchell, diretora-executiva da Cancer Research UK, reforça que a investigação está a abrir novas portas: “Chegámos a um ponto em que o profundo conhecimento da biologia do cancro permite procurar formas reais de prevenir a doença.”
Mitos e verdades sobre o cancro do pulmão
A médica Margarida Dias esclarece algumas ideias erradas a persistir sobre a doença.
Mito 1 — O cancro do pulmão afeta sobretudo homens
Verdade: A doença pode atingir homens e mulheres. O aumento do número de fumadoras tem contribuído para um crescimento dos casos no público feminino.
Mito 2 — Fumar poucos cigarros por dia não representa risco
Verdade: Não existe consumo seguro de tabaco. Mesmo fumadores ocasionais têm maior risco de desenvolver cancro do pulmão do que não fumadores. A prevenção mais eficaz continua a ser não fumar ou deixar de fumar.
Mito 3 — O fumo passivo não causa cancro do pulmão
Verdade: A exposição ao fumo do tabaco de terceiros aumenta o risco entre 20% e 30%. Esse impacto é ainda mais grave em crianças e em ambientes fechados



