Batucadas e chocalhos, executado por quatro percussionistas, orientava o gingado dos bailarinos, que se exibiam em passos contagiantes, com rostos a esbanjar alegria.
Sexta-feira já era dia de grande agitação na quadragésima edição da Feira Internacional de Luanda, antes do dia dedicado a família, no sábado. A cultura angolana não ficou de fora. O grupo de dança tradicional Bailados do Cazenga, deixou a rua 25 da Comissão para uma nobre missão na Zona Económica Especial: mostrar o imaginário dos povos de Angola para os diferentes expositores sobretudo estrangeiros. Não se confinaram apenas em exibir nos corredores, como fazia um outro grupo, dançavam de stand em stand. Cada dia na feira era dedicado a performances de uma região etnolinguistica. Desde Ovambo, representação de guerreiros, região norte à tradição da Ilha de Luanda. Na sexta-feira em que testemunhamos as exibições, era o dia da Tchianda, expressão máxima da cultura tchokwe, povos do Leste do País.

O remexer da cintura em movimentos super rápidos e super lentos deixavam boquiabertos ao mesmo tempo maravilhados os expositores, que apreciavam a arte como um bônus de participação. Funcionários, empresários e visitantes eram forçados pela circunstancia a não mostrarem indiferença, deixavam cair dentro do balaio alguns kwanzas, não só em gesto de gratidão pela passagem na stand, muito mais pela satisfação do show. A FILDA é um espaço para se dar a conhecer serviços e criar pontes, conceitos que os Bailados levam muito a sério, daí entenderem que essa itinerância na feira valer-lhes-ía visibilidade, mas ao mesmo tempo que o show chama atenção aos presentes e puxam para a stand, portanto, também projecção para os produtos e ou serviços.
“Levamos a cultura às stands para muitos que não podem se movimentar”, disse Diogo Pedro, Director do grupo.

O grupo Bailados do Cazenga apresenta-se geralmente na rua 25 da Comissão do Cazenga, por onde, igualmente, ensaia semanalmente três vezes.
A 40.ª edição da Feira Internacional de Angola (FILDA 2025) aconteceu de 22 a 27 de julho na Zona Económica Especial Luanda-Bengo, em Calumbo, tem sido palco de exposições, negócios e conexões entre empresas nacionais e internacionais.

Texto: Pihia Rodrigues