O maior dos dois salões do Prova D’Art foi pequeno para suportar os mais de 500 festivaleiros que se mostravam revigorantes para darem as boas-vindas a esta temporada do famigerado Caldo do Poeira, no Domingo.
O público, equilibrado entre jovens e convivas dos anos 70, não deixavam escapar o mínimo que fosse sinal de fadiga enquanto se revezavam nas umbingadas exibidas na pista circular montada em frente ao enorme palco. Mas alguns riscavam mesmo nos exíguos espaços junto às mesas, outros nas laterais. Aproveitava-se tudo que fosse espaço para curtir a nostalgia com amigos e familiares, antigos companheiros de diferentes circunstâncias da vida, é uma das missões do Caldo.
A festa obrigou a organização a repensar a estratégia para os próximos eventos. “Foi um momento muito interessante, um momento que nos obrigou até a definir daqui para frente coisas com alguma antecipação. A perspectiva era que tivéssemos aqui 500 pessoas, mas tivemos um número para lá das 500 pessoas”, explicou Isaías Afonso.
Segundo o porta-voz, o que confortou a organização é o facto de se ter reunido pessoas que vêm da primeira geração do projecto. “Gente que sempre andou com o Caldo do Poeira e que assumiu aqui o compromisso de voltar sempre, continuar a andar com esta equipa de produção do Caldo do Poeira da RNA”.
Conseguimos chegar a ter uma família de cultura, família poeira no quintal, família caldo-poeira, família caldista. Isso foi, no fundo, um barómetro e é importante começar com um barómetro. E daqui estamos a tirar as ações para, mais à frente, melhorar, inovar ainda mais e condimentar melhor o caldo-poeira.
Protagonistas
A animação desta edição esteve à cargo de emblemáticas vozes como Mister Kim, Suzanito, Zé Manico, Don Caetano e Maya Cool, que revisitaram temas próprios além do trio da saudade: David Zé, Urbano de Castro e Artur Nunes, ícones da música angolana dos anos 1970. A Banda Movimento da RNA acompanhou os artistas, que extasiaram os caldistas, desde às 10h00 até a paragem da música, perto das 20h00.
Durante o evento, foram entregues certificados de mérito aos familiares dos músicos homenageados, em reconhecimento a sua contribuição histórica.
O Caldo do Poeira, festa que visa explorar a música popular urbana de Angola, realizada pela RNA regressou no Domingo levantando poeira num novo quintal, no Prova D’Art, Miramar. A organização garante que se vai poder degustar do caldo nas 21 províncias do País, explorando-se a musicalidade de outras regiões, nos últimos Domingos de cada mês.
Saiba mais sobre este evento aqui
https://chocolate.co.ao/sabores/caldo-do-poeira-retorna-mas-nao-se-tomara-so-em-luanda-vamos-procurar-outras-historias-novas/
