O IX Festival de Cinema de Kibaka encerrou-se no último sábado, no MAD – Murate Art District, em Florença, Itália, reafirmando a cidade como epicentro da cultura cinematográfica afro-europeia. Com uma seleção de nove curtas e três longas-metragens de onze países de África e Europa, o evento destacou-se pela diversidade de narrativas e pela força das vozes afrodescendentes.

Entre os destaques da programação, figuraram a curta “Apreciação”, de Tomisin Adepeju, vencedora do Festival Afrobrix, produzida em Inglaterra, e “Prima”, de Lebsi de Welket Bungué, filmada nos subúrbios de Lisboa, que evidencia o talento emergente do actor e realizador guineense. Já nas longas, obras como “Mami Wata”, de C.J. Obasi, e “Le Fardeau”, de Elvis Ngaibino Sabin, levaram à tela narrativas profundas sobre espiritualidade africana e a luta contra o HIV no continente.
Adiado em março devido ao mau tempo, o festival regressou com uma nova energia, reforçando o seu compromisso em dar palco ao cinema afro e afrodescendente. Matias Mesquita, fundador e director do festival, destacou a parceria com o Festival Afrobrix de Brescia como um passo importante para amplificar temas como identidade, justiça social e cultura afro na Europa.
Organizado em colaboração com entidades como a Associação Angolana Njinga Mbandi e a ELIMU African Summer School, o festival confirma-se como uma plataforma essencial para a expressão artística afrodescendente no contexto europeu, aproximando culturas e celebrando a pluralidade de histórias que merecem ser ouvidas.
Texto: Gracieth Issenguele