O Executivo angolano volta a colocar os holofotes sobre a comunidade San, uma minoria étnica que representa um valioso património histórico e cultural do país, reforçando a importância da sua integração social com dignidade e da preservação dos seus costumes ancestrais. A maioria dos San encontra-se no município do Quipungo, província da Huíla, e serão oficialmente integrados no Centro de Património Cultural da Comunidade e da África Austral, com sede na Cidade do Cabo, a partir de novembro deste ano.

Segundo a responsável Madalena Lucas, que percorreu localidades onde vivem os San, o objectivo é permitir o acesso a serviços essenciais como Educação, Saúde e Documentação Civil, bem como inserir esta comunidade numa Rede Regional de promoção de direitos e valorização identitária. O projecto inclui ainda a realização de uma exposição internacional e um documentário sobre o modo de vida desta população, que mantém práticas nómadas e uma rica herança cultural.

Com cerca de três mil famílias controladas nas localidades de Quipungo, Cacula e Hoque, os San começam também a dar passos rumo à autonomia económica, desenvolvendo práticas agrícolas de subsistência e agropecuária, como revelou o coordenador provincial Zeferino Piriquito. Trata-se de um esforço que simboliza mais do que inclusão: é um resgate de memória e respeito pela diversidade angolana.
Texto: Gracieth Issenguele